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Tecnologia

Celular já paga contas e substitui o cartão de crédito

Depois de virar equipamento multimídia, o aparelho celular é usado agora também como terminal bancário, cartão de crédito e até bilhete de cinema. O surgimento de novas aplicações demonstra que o uso do aparelho não tem limites. Estima-se que até 2010 cerca de 10% dos 50 bilhões de transações bancárias previstas para este ano serão efetivados por meio de celulares. Bancos e operadoras de telefonia desenvolveram e estão tirando do papel novos produtos e serviços.

Os números ainda são modestos se comparados à projeção feita pela MGSystems, empresa que presta consultoria à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), para daqui a três anos. O diretor da consultoria, Maurício Ghetler, estima que até lá as transações via celular deverão ficar em torno de 100 milhões. "Isso não cresce de forma linear, vai avançar de maneira exponencial", diz ele, para quem não há, de fato, limites para o uso do aparelho.

Apenas o Banco do Brasil, que está avançado no assunto, projeta encerrar este ano com 35 milhões de transações. O banco tem 400 mil clientes usando serviços via celular e faz em média 2 milhões de transações ao mês, patamar que crescerá até o fim do ano. Inicialmente, era possível fazer consultas e transferências. O próximo passo é oferecer pagamento por meio do celular, que, simplificadamente, vai substituir o cartão de crédito.

O serviço vai ser lançado pelo banco no mês que vem. No lugar de passar o cartão nas maquininhas, chamadas POS, o lojista vai digitar o número do celular e registrar o valor da compra. Essa informação segue para uma central que envia uma mensagem ao celular do cliente. Então, ele confirma a compra, digitando uma senha no telefone. Uma pessoa pode, por exemplo, encomendar uma pizza em casa e pagar com o celular, como cartão de crédito.

Até no cinema

A Claro já tem um projeto em parceria com a Bradesco e a Visanet, com pagamento de taxa, com o celular substituindo a máquina de cartão de crédito. A operadora também desenvolveu um sistema que permite que o celular funcione como bilhete de cinema. O consumidor faz a compra pelo site e recebe, no visor do aparelho, uma imagem similar a um código de barras, que vai ser lido na entrada do cinema. Marco Quatorze, diretor de Serviços de Valor Agregado da Claro, conta que em algumas cidades, como Paris, o aparelho também é usado como bilhete no metrô.

A perspectiva de pagamentos via celular cresce, mas ainda não é generalizada, diz o diretor de Tecnologia da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Carlos Eduardo Corrêa da Fonseca. Uma das questões que precisam ser enfrentadas é a padronização de procedimentos. O assunto foi discutido na semana passada na entidade. "O objetivo é buscar uma padronização e chegar a um acordo para facilitar e disseminar mais rapidamente o serviço", diz o consultor da MGSystems.

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