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Mercados

Cena externa derruba Bolsa, que fecha em baixa de 3,4%

São Paulo – As ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerraram o pregão de ontem com forte queda, com o recrudescimento das preocupações de investidores com a economia americana. O Ibovespa, principal indicador dos negócios, sofreu perdas de 3,37%, aos 52.846 pontos. O volume financeiro foi significativo, de R$ 4,08 bilhões, o que sinaliza o grau de pessismismo dos investidores. Mas a oscilação dos últimos dias foi tanta que, no acumulado da semana, a bolsa ficou no zero a zero.

Nos Estados Unidos, a Bolsa de Valores de Nova Iorque fechou em queda de 2,11%, com 13.179 pontos no índice Dow Jones Industrial Average (DJIA). A Bolsa Nasdaq registrou queda de 2,51% e ficou com 2.511,25 pontos.

Um somatório de más notícias precipitou a derrocada. Pela manhã, o humor dos investidores já foi azedado pelo desempenho do mercado de trabalho americano: o Departamento de Trabalho dos EUA revelou uma taxa de desemprego acima do esperado (4,6% contra projeções de 4,5%), combinada com uma geração de postos de trabalho abaixo do previsto (92 mil novos empregos contra expectativas de 126 mil).

A criação de empregos nos EUA vem registrando perda de força mês a mês: em junho foram criadas 126 mil vagas e em maio, 188 mil – os números foram revisados para baixo, em relação às leituras iniciais: 132 mil e 190 mil, respectivamente. A média de novos postos de trabalho neste ano nos EUA ficou em 136 mil por mês.

À tarde, um novo indicador surpreendeu negativamente os participantes do mercado: o ISM (sigla em inglês para Instituto de Gestão de Oferta, que apura o índice) informou que o setor de serviços da economia dos EUA registrou expansão em julho, mas a um ritmo menor que o observado um mês antes – o índice de atividade do setor ficou em 55,8 pontos em julho, contra 60,7 em junho.

O índice de julho também foi o menor desde março e ficou abaixo do esperado pelos analistas, 59 pontos. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão do setor; abaixo desse patamar, o índice aponta para contração.

Além disso, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou suas expectativas sobre o banco de investimentos Bear Stearns para "negativo" (a classificação anterior era "estável"), devido à exposição do banco aos mercados de hipotecas e aquisições empresariais.

Os investidores ainda permanecem incertos sobre o efeito da inadimplência no setor de hipotecas "subprime" (de maior risco) sobre a economia como um todo.

"As pessoas viram que o contágio [dos prejuízos do mercado de hipotecas dos EUA] pode se espalhar inclusive para empresas de outros países e que o problema pode ser muito maior do que se pensava anteriormente", afirma o analista da corretora Souza Barros, André Borghesan.

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