O viés negativo nas principais praças financeiras internacionais contamina também os negócios nos segmentos acionário e cambial do mercado brasileiro nesta sexta-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra perdas, enquanto o dólar valoriza-se sobre o real. Continua minando qualquer tentativa de melhora a apreensão dos investidores no cenário externo com as incertezas geradas pela forte queda nas bolsas da China na terça-feira.

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Às 12h30, o Ibovespa cedia 1,42%, aos 42.897 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,07 bilhão. A moeda norte-americana subia 0,28%, a R$ 2,1220 na compra e R$ 2,1240 na venda.

Na avaliação do economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, o clima no mercado segue instável, o que deve se prolongar por algum tempo ainda. Os pregões brasileiros permanecem "colados" ao comportamento do ambiente externo, em especial das bolsas norte-americanas, que também não estão firmando um rumo mais consistente. Ainda persiste um movimento global de realocação de carteiras e o grau de aversão a risco subiu um pouco, disse. "Os ajustes e a volatilidade devem continuar", reforçou.

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As principais bolsas estrangeiras oscilam no vermelho nesta jornada, o que ajuda a pressionar o desempenho do Ibovespa, em particular. Em Wall Street, principal referência do mercado de ações do Brasil, o indicador Dow Jones Industrial Average cedia 0,18%. O Nasdaq Composite perdia 0,46%. O índice S e P 500 caía 0,3%. Investidores em Nova York também analisam a queda na confiança dos consumidores norte-americanos, apurada pela Universidade de Michigan, e notícias corporativas, como o balanço da Dell.

No Brasil, os agentes repercutem a saída de Afonso Bevilaqua da diretoria de Política Econômica do Banco Central (BC). O cargo será acumulado pelo diretor de Estudos Especiais do BC, Mário Mesquita. O presidente do BC, Henrique Meirelles, negou que Bevilaqua, muitas vezes apontado como o voto mais conservador na política de juros do país, esteja deixando a autoridade monetária por pressões políticas. Bevilaqua ainda vai participar da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 6 e 7 de março.

Na Bovespa e no mercado de câmbio, o impacto da notícia é praticamente neutro.