São Paulo – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão de ontem em queda, com o mau humor dos investidores lá fora e a ansiedade pelo resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O Ibovespa, que acompanha as ações mais negociadas, recuou 1,99%, aos 61.717 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,29 bilhões.

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O dólar comercial foi negociado a R$ 1,815 para venda, sem variação sobre a taxa final de segunda-feira. O Banco Central realizou seu sexto leilão de compra de moeda, adquirindo divisas por R$ 1,8227 (taxa de corte).

Profissionais de mercado citaram pelo menos duas notícias que elevaram a temperatura dos negócios ontem: a disparada dos preços do petróleo e o discurso, na véspera, do presidente do banco central norte-americano (Federal Reserve), Ben Bernanke.

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Internamente, o investidor brasileiro tinha ainda mais razões para ansiedade. O mercado está dividido, como há muito tempo não se via, sobre o resultado da reunião do Copom.

"Na hipótese de manutenção da taxa Selic associada a mais quedas dos ‘Fed Funds rate’ [juros americanos] e a manutenção do otimismo global, para onde iria o valor do real?", questiona Alexandre Póvoa, economista da Modal Asset Management, em relatório sobre o Copom. Póvoa faz parte da ala do mercado que acredita numa redução de 0,25 ponto, mas que não se "surpreenderia" com a manutenção da taxa.

"O aumento dos riscos para a trajetória futura da inflação advém dos sinais cada vez mais nítidos de aquecimento da demanda doméstica", avalia Elson Teles, economista da corretora Concórdia, que faz parte da ala que aposta no congelamento da taxa Selic. Ele cita o descompasso entre oferta e demanda como principal preocupação que sustentaria o conservadorismo do BC na reunião de hoje.