O Relatório de Estabilidade Financeira divulgado ontem pelo Banco Central (BC) salientou que o cenário econômico mundial permaneceu incerto no primeiro semestre de 2012. O documento destacou que, no primeiro trimestre, houve melhora nas perspectivas, refletindo tanto a consolidação da percepção positiva em relação à atividade econômica nos Estados Unidos quanto a maior confiança na superação das dificuldades na área do euro.
"No segundo trimestre, contudo, o recrudescimento da crise europeia, decorrente do impasse político na Grécia e dos sinais de fragilidade do sistema bancário espanhol, provocou novo aumento da volatilidade nos mercados financeiros internacionais", ponderaram os técnico da autoridade no documento. Além disso, segundo o relatório, as evidências de desaquecimento nos EUA, na China e nas economias emergentes agravaram as expectativas sobre a sustentabilidade fiscal e bancária da área do euro.
Sobre o cenário doméstico, o BC destacou que o crescimento da carteira de crédito manteve a tendência de desaceleração observada desde o primeiro semestre do ano passado e que continua convergindo para um ritmo sustentável no longo prazo. A autoridade monetária destacou a atuação dos bancos públicos em favor da redução das taxas de juros. Segundo o documento, esse movimento gerou reflexos no ritmo de concessões e no ganho de participação desse segmento no mercado.
Bancos
O relatório mostra que a rentabilidade dos bancos instalados no Brasil atingiu em junho o nível mais baixo dos últimos 10 anos. De acordo com o documento, o índice que compara o ganho das instituições financeiras com o seu patrimônio líquido recuou de 16,4% no final do ano passado para 14,4% nos 12 meses encerrados em junho deste ano. A série histórica do BC tem início em 2002 e, desde então, a menor rentabilidade dos bancos havia sido verificada ao longo de 2009, quando a crise financeira internacional apresentou os primeiros reflexos negativos sobre o Brasil.
Naquele ano, a taxa de rentabilidade foi de 15,7% tanto nos 12 meses encerrados em junho quanto em dezembro.
