O transporte coletivo pode ser interrompido das 15h às 19h desta quinta-feira (11), em Curitiba, por causa do Dia Nacional de Luta. A definição virá somente em uma assembleia com cobradores e motoristas marcada para as 15 horas na Praça Rui Barbosa.
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Essa é uma das possibilidades cogitadas pela categoria e ainda não se sabe, com certeza, qual será o impacto do ato ao transporte coletivo de Curitiba. A duração e adesão à paralisação dos ônibus na capital serão colocados em votação na tarde de quinta, segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira.
À princípio, podem parar os ônibus da região central entre as 15h e 19h. Mas, ainda de acordo com Teixeira, os trabalhadores podem optar por paralisar o serviço de todas as regiões e por mais tempo que o previsto até o momento.
"Há uma grande chance de acontecer porque já aprovamos um indicativo de greve na segunda-feira. No caso de aprovação, vamos protestar pelo fim do assedio moral, melhores condições de trabalho nos ônibus e estações-tubo e fim da dupla jornada", disse.
Por precaução, Urbs protocola medida cautelar
Como precaução, a Urbanização de Curitiba (Urbs) protocolou uma medida cautelar na Justiça do Trabalho no início da noite desta quarta-feira (10). A intenção é garantir a circulação de uma frota mínima para atender a população, mesmo que os trabalhadores decidam pela paralisação.
O documento protocolado diz que 1.554 ônibus, que representam 80% da frota da Rede Integrada de Transporte (RIT), devem circular no horário de pico (entre 17h e 20h). Fora desse período, a frota deverá ser de 1.658 ônibus, ou 60% do total. Caso haja descumprimento da decisão, poderá ser aplicada multa diária com valor a ser determinado pela Justiça.
A Urbs afirma que não recebeu o indicativo de greve da categoria até a noite desta quinta-feira. O presidente do Sindimoc informou que enviou um ofício para as empresas na segunda-feira (08).
Outras paralisações
Vários serviços podem parar nesta quinta-feira (11) por algumas horas ou durante todo o dia. Organizado pelas centrais sindicais, o Dia Nacional de Luta tem manifestações e assembleias programadas durante toda a quinta-feira. Em Curitiba, um ato único está marcado para a Praça Rui Barbosa, às 16 horas, e promete reunir diversas categorias de trabalhadores. A estimativa das centrais é que 10 mil pessoas passem pelo local.
Nas assembleias, que serão realizadas pelos sindicatos em vários locais de trabalho, os funcionários vão decidir se vão aderir à paralisação ou retornar ao trabalho. Por isso, paralisações de outras categorias só serão confirmadas durante a quinta-feira.
A Setran vai fazer operação de trânsito na região da praça Rui Barbosa para evitar transtornos e bloqueios de ruas próximas.
Correios
Os funcionários dos Correios de Curitiba e do interior também devem parar durante a quinta-feira, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom).
INSS
O Sindiprevs planeja paralisação das agências do INSS a partir da manhã desta quinta-feira. Segundo assessoria da entidade, porém, ainda não se sabe como será a adesão e como isso vai impactar o funcionamento das agências durante o dia.
Saúde
A paralisação no Hospital de Clínicas de Curitiba (HC) começa às 6h30 da quinta-feira. Apenas os serviços de emergência e o atendimento aos pacientes já internados serão mantidos durante o dia. Todas as consultas ambulatoriais e exames eletivos terão de ser remarcados. A decisão foi comunicada ao HC pelo sindicato que representa os trabalhadores do hospital (Sinditest).
Lixo
O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco) de Curitiba confirmou, nesta quarta-feira (10), que os trabalhadores farão uma paralisação geral nesta quinta-feira (11), a partir das 6h. A coleta de lixo, portanto, não deve acontecer durante o dia, e será retomada apenas a partir das 19h. A partir de sexta-feira (12), todos os serviços de limpeza devem voltar a funcionar normalmente.
Estradas
Algumas rodovias do estado podem sofrer bloqueios durante o dia, mas a informação não confirmada pelos dirigentes das centrais sindicais até as 20h40 desta quarta-feira.
Quem não vai parar
Os comerciantes não devem fechar as portas, de acordo com o sindicato da categoria. A recomendação, porém, é que os estabelecimentos comerciais fechem as portas caso haja muita gente na rua.
Agências de banco também não devem ser fechadas. Durante a manhã, serão realizadas reuniões em alguns Centros Administrativos dos bancos e à tarde os bancários devem participar do ato na Praça Rui Barbosa, às 16h. O sindicato não fará paralisação nas agências.
Frentistas de posto e estivadores do Porto de Paranaguá não devem fazer paralisações durante a quinta-feira, afirmam o Simpospetro e Sindestiva, sindicatos das categorias. Os trabalhadores são convocados a participar dos atos gerais, mas não devem parar o serviço.
Expediente normal
A Prefeitura de Curitiba informou, por meio de assessoria, que os serviços prestados pelas secretarias - com exceção do transporte coletivo e da coleta de lixo - não devem ser suspensos. Escolas e unidades de saúde, por exemplo, devem funcionar normalmente nesta quinta-feira.
O expediente também será normal no Tribunal de Justiça, na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, que terá reunião da CPI da Urbs a partir das 14 horas.
Em contrapartida, em Porto Alegre, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) anunciou que não vai abrir por causa da paralisação do transporte público.
Fábricas
A Força Sindical confirmou protestos e mobilizações desde a madrugada nas fábricas: Bosch, CNH, Volvo, WHB, Perfecta, Seccional, Cabs, Maflow, Arotubi e Haas do Brasil (CIC); Volkswagen e Renault (São José dos Pinhais); Brafer (Araucária) e PK Cables (Pinhais), além de movimentos em Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Ponta Grossa, Francisco Beltrão e Paranaguá.
Reivindicações
As manifestações acontecem nesta quinta-feira em várias cidades do Brasil. No Paraná, o movimento é organizado pelas centrais sindicais CSP Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT.
No nível estadual, os trabalhadores pedem queda das tarifas do pedágio; mudança no sistema de eleição para conselheiros do Tribunal de Contas; sistema permanente de reajuste do salário mínimo regional e regulamentação da profissão de motorista.
As pautas nacionais são redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial; fim do projeto de lei que amplia a terceirização; reajuste digno para aposentados; fim dos "leilões do petróleo"; investimento de 10% do PIB em educação e outros 10% do orçamento da União na saúde; transporte público de qualidade e com preço justo; e reforma agrária.