De penetras a donas da manifestação
Deixados de lado nos protestos que se espalharam pelo Brasil nas últimas semanas, centrais sindicais e movimentos sociais tentam hoje se reencaixar na agenda das ruas. O Dia Nacional de Lutas tenta resgatar a manifestação "clássica", com paralisações de serviços, líderes conhecidos e uma pauta preordenada de reivindicações. Embora o rótulo de greve geral seja rechaçado pelos organizadores, há a previsão de que pelo menos parte dos trabalhadores cruze os braços em todas as capitais dos motoristas de ônibus de Curitiba aos metroviários de São Paulo.
Quem para
Transporte coletivo paralisação ainda será confirmada em assembleia, mas indicativo é de que aconteça das 16h às 19 horas.
Hospital de Clínicas paralisação a partir das 6h30. Serão mantidos serviço de emergência e atendimento a pacientes já internados.
Coleta de lixo - Todos os serviços de limpeza da cidade serão interrompidos das 6h às 19h. A coleta de lixo noturna, que inicia às 19h, deve ocorrer normalmente.Leia matéria completa
Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras paralisação de 24 horas (da 0 hora até a meia noite de quinta-feira).
Protesto às 19h
No embalo do ato unificado que acontece durante a tarde da quinta-feira na Praça Rui Barbosa, um protesto marcado pela Frente de Luta pelo Transporte Coletivo deve ter início às 19 horas no mesmo local. A Frente organizou alguns dos maiores protestos que aconteceram durante o mês de junho em Curitiba.
O evento criado no Facebook tinha 3,6 mil pessoas confirmadas até as 16h30 desta quarta-feira. O objetivo é pedir redução e congelamento da tarifa de ônibus em R$ 2,60 em dias úteis e R$ 1 aos domingos; passe livre para estudantes; e viabilização da tarifa zero.
Programação
- Curitiba: atos pela manhã nos locais de trabalho de diversas categorias e mobilização na Praça Rui Barbosa às 16h.
- Ponta Grossa: ato unificado às 17h na Praça Barão de Guaraúna.
- Toledo: concentração às 14h na praça Wily Barth.
- Umuarama: reunião às 16h30 na Praça Miguel Rossafa e caminhada até a Praça Santos Dummont.
- Maringá: ato às 9h. Às 17h acontece uma caminhada.
- Guarapuava: início às 10h na Praça XIX de dezembro e às 15h movimentação por agências e terminais de ônibus.
- Paranavaí: concentração às 17h00 no calçadão.
- Londrina: concentração às 9h no Calçadão e passeata até a Câmara de Vereadores.
- Paranaguá: mobilização na praça Fernando Amaro às 16h.
O transporte coletivo pode ser interrompido das 15h às 19h desta quinta-feira (11), em Curitiba, por causa do Dia Nacional de Luta. A definição virá somente em uma assembleia com cobradores e motoristas marcada para as 15 horas na Praça Rui Barbosa.
INFOGRÁFICO: Veja os locais que podem ser evitados por quem não for participar da mobilização
Essa é uma das possibilidades cogitadas pela categoria e ainda não se sabe, com certeza, qual será o impacto do ato ao transporte coletivo de Curitiba. A duração e adesão à paralisação dos ônibus na capital serão colocados em votação na tarde de quinta, segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira.
À princípio, podem parar os ônibus da região central entre as 15h e 19h. Mas, ainda de acordo com Teixeira, os trabalhadores podem optar por paralisar o serviço de todas as regiões e por mais tempo que o previsto até o momento.
"Há uma grande chance de acontecer porque já aprovamos um indicativo de greve na segunda-feira. No caso de aprovação, vamos protestar pelo fim do assedio moral, melhores condições de trabalho nos ônibus e estações-tubo e fim da dupla jornada", disse.
Por precaução, Urbs protocola medida cautelar
Como precaução, a Urbanização de Curitiba (Urbs) protocolou uma medida cautelar na Justiça do Trabalho no início da noite desta quarta-feira (10). A intenção é garantir a circulação de uma frota mínima para atender a população, mesmo que os trabalhadores decidam pela paralisação.
O documento protocolado diz que 1.554 ônibus, que representam 80% da frota da Rede Integrada de Transporte (RIT), devem circular no horário de pico (entre 17h e 20h). Fora desse período, a frota deverá ser de 1.658 ônibus, ou 60% do total. Caso haja descumprimento da decisão, poderá ser aplicada multa diária com valor a ser determinado pela Justiça.
A Urbs afirma que não recebeu o indicativo de greve da categoria até a noite desta quinta-feira. O presidente do Sindimoc informou que enviou um ofício para as empresas na segunda-feira (08).
Outras paralisações
Vários serviços podem parar nesta quinta-feira (11) por algumas horas ou durante todo o dia. Organizado pelas centrais sindicais, o Dia Nacional de Luta tem manifestações e assembleias programadas durante toda a quinta-feira. Em Curitiba, um ato único está marcado para a Praça Rui Barbosa, às 16 horas, e promete reunir diversas categorias de trabalhadores. A estimativa das centrais é que 10 mil pessoas passem pelo local.
Nas assembleias, que serão realizadas pelos sindicatos em vários locais de trabalho, os funcionários vão decidir se vão aderir à paralisação ou retornar ao trabalho. Por isso, paralisações de outras categorias só serão confirmadas durante a quinta-feira.
A Setran vai fazer operação de trânsito na região da praça Rui Barbosa para evitar transtornos e bloqueios de ruas próximas.
Correios
Os funcionários dos Correios de Curitiba e do interior também devem parar durante a quinta-feira, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom).
INSS
O Sindiprevs planeja paralisação das agências do INSS a partir da manhã desta quinta-feira. Segundo assessoria da entidade, porém, ainda não se sabe como será a adesão e como isso vai impactar o funcionamento das agências durante o dia.
Saúde
A paralisação no Hospital de Clínicas de Curitiba (HC) começa às 6h30 da quinta-feira. Apenas os serviços de emergência e o atendimento aos pacientes já internados serão mantidos durante o dia. Todas as consultas ambulatoriais e exames eletivos terão de ser remarcados. A decisão foi comunicada ao HC pelo sindicato que representa os trabalhadores do hospital (Sinditest).
Lixo
O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação (Siemaco) de Curitiba confirmou, nesta quarta-feira (10), que os trabalhadores farão uma paralisação geral nesta quinta-feira (11), a partir das 6h. A coleta de lixo, portanto, não deve acontecer durante o dia, e será retomada apenas a partir das 19h. A partir de sexta-feira (12), todos os serviços de limpeza devem voltar a funcionar normalmente.
Estradas
Algumas rodovias do estado podem sofrer bloqueios durante o dia, mas a informação não confirmada pelos dirigentes das centrais sindicais até as 20h40 desta quarta-feira.
Quem não vai parar
Os comerciantes não devem fechar as portas, de acordo com o sindicato da categoria. A recomendação, porém, é que os estabelecimentos comerciais fechem as portas caso haja muita gente na rua.
Agências de banco também não devem ser fechadas. Durante a manhã, serão realizadas reuniões em alguns Centros Administrativos dos bancos e à tarde os bancários devem participar do ato na Praça Rui Barbosa, às 16h. O sindicato não fará paralisação nas agências.
Frentistas de posto e estivadores do Porto de Paranaguá não devem fazer paralisações durante a quinta-feira, afirmam o Simpospetro e Sindestiva, sindicatos das categorias. Os trabalhadores são convocados a participar dos atos gerais, mas não devem parar o serviço.
Expediente normal
A Prefeitura de Curitiba informou, por meio de assessoria, que os serviços prestados pelas secretarias - com exceção do transporte coletivo e da coleta de lixo - não devem ser suspensos. Escolas e unidades de saúde, por exemplo, devem funcionar normalmente nesta quinta-feira.
O expediente também será normal no Tribunal de Justiça, na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal, que terá reunião da CPI da Urbs a partir das 14 horas.
Em contrapartida, em Porto Alegre, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) anunciou que não vai abrir por causa da paralisação do transporte público.
Fábricas
A Força Sindical confirmou protestos e mobilizações desde a madrugada nas fábricas: Bosch, CNH, Volvo, WHB, Perfecta, Seccional, Cabs, Maflow, Arotubi e Haas do Brasil (CIC); Volkswagen e Renault (São José dos Pinhais); Brafer (Araucária) e PK Cables (Pinhais), além de movimentos em Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Pato Branco, Ponta Grossa, Francisco Beltrão e Paranaguá.
Reivindicações
As manifestações acontecem nesta quinta-feira em várias cidades do Brasil. No Paraná, o movimento é organizado pelas centrais sindicais CSP Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT.
No nível estadual, os trabalhadores pedem queda das tarifas do pedágio; mudança no sistema de eleição para conselheiros do Tribunal de Contas; sistema permanente de reajuste do salário mínimo regional e regulamentação da profissão de motorista.
As pautas nacionais são redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial; fim do projeto de lei que amplia a terceirização; reajuste digno para aposentados; fim dos "leilões do petróleo"; investimento de 10% do PIB em educação e outros 10% do orçamento da União na saúde; transporte público de qualidade e com preço justo; e reforma agrária.
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