Líderes das principais centrais sindicais prometem que vão manter a conduta de pedir ao governo a revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, relacionadas à Previdência Social, ao seguro-desemprego e ao seguro-defeso. Os sindicalistas têm reunião agendada nesta terça-feira, 3, em São Paulo, às 17 horas com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto; da Previdência Social, Carlos Gabas; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.

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No dia 19, após uma reunião de duas horas com sindicalistas, Rossetto afirmou que governo estava aberto a discutir o conteúdo dos "ajustes", desde que mantido o objetivo das medidas. "O que me parece importante é abrirmos o debate sobre conteúdo. Nós abrimos essa negociação. O que queremos é preservar o sentido dessas medidas", afirmou, na ocasião.

Os sindicalistas, no entanto, insistiram na revogação das MPs, mas aceitaram participar de um grupo técnico para debater as medidas. Mesmo assim, no dia 28, as centrais mantiveram e realizaram um protesto agendado em todo o País contra as MPs.

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Depois do encontro do dia 19, uma equipe técnica dos ministérios e das centrais fez uma reunião em Brasília e acertou um ajuste na base de dados usada pelo governo e pelas centrais para que os impactos das medidas sejam recalculados pelos dois lados.

Segundo Clemente Ganz, um dos técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) designados para representar os trabalhadores, o diagnóstico agora tende a convergir, já que governo e trabalhadores estão usando critérios comuns.

Mas, segundo ele, não será apresentada ainda nenhuma proposta das centrais. "Amanhã vamos tentar identificar um caminho possível. Nós preparamos as bases de dados para depois fazermos simulações de propostas, caso o movimento sindical queira fazer negociações", ponderou.

A Força Sindical já começou a enfrentar o governo também na esfera jurídica. De acordo com o presidente da entidade, Miguel Torres, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), filiada à Força, ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) contra as MPs.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou, em nota, que a central não aceita discutir retirada de direitos trabalhistas e que há medidas que podem garantir economia aos cofres públicos sem prejudicar a classe trabalhadora. "Se há distorções, elas têm de ser corrigidas. A CUT concorda em aprimorar e blindar o sistema do seguro-desemprego e de benefícios do INSS para evitar fraudes, sem qualquer relação com o ajuste fiscal", ponderou.

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Freitas criticou as MPs e disse que elas "nada mais são do que retirada de direitos". "O governo está retirando direitos de 12 3 milhões de pessoas", afirmou. "Não vamos aceitar ajuste fiscal no lombo dos trabalhadores."

Sem consensoApesar do discurso duro publicamente, uma fonte ligada aos sindicalistas afirmou que não há um consenso sobre o comportamento que deve ser adotado pelas centrais na reunião desta terça-feira.

Parte tende a optar por uma postura mais inflexível, porém há uma ala que defende uma abertura para o diálogo e concessões. "Há uma parte expressiva que quer a revogação das medidas e pronto, mas há aqueles que propõem que haja alguma negociação", disse a fonte.