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Indústria

Central de anúncios é vitrine para empresas de reaproveitamento

Para as mais de 2,4 mil empresas cadastradas, a Bolsa de Reciclagem é, além de um ambiente para comprar materiais, uma forma de estreitar laços com clientes e fornecedores. Diversas companhias de reciclagem buscam produtos nos anúncios do site. O mais negociado é o plástico. Essas companhias também oferecem serviços através do sistema – muitas vezes a coleta e o tratamento de resíduos é paga por quem gera o material.

A Eletrofor usa a Bolsa de Reciclagem para mostrar seu serviço de tratamento de resíduos com metais pesados. Ela recolhe o material, separa as substâncias químicas e elas retornam para a linha de produção. "A bolsa ajudou a divulgar a técnica, que não é muito comum. Também encontramos ali empresas que tinham resíduos e que poderiam se interessar por nosso trabalho", conta Rui Simas, diretor da companhia.

Os principais clientes da Eletrofor são empresas que usam o processo de galvanização para tratar superfícies. Dele sobra um resíduo muito poluente e que pode ser reaproveitado. "Às vezes reciclar é mais barato, mas muitos clientes buscam outras vantagens, como uma ISO 14.000, que tem valor para a marca, por exemplo", explica Simas.

Para o empresário Rosalvo Prates, da Mennopar, a bolsa ajuda muito recicladores que não têm fontes fixas de matéria-prima. "Existem polímeros de uso corrente, que são fáceis de achar. Mas alguns são mais raros, difíceis de comercializar", explica. Segundo ele, os preços são estabelecidos no mercado, fora do ambiente da bolsa.

Outra vantagem da bolsa é a visibilidade que ela dá às empresas ali cadastradas, segundo o empresário Humberto Cabral, da Embafort, que é especializada na reciclagem de embalagens de madeira. A companhia tem contratos com grandes fábricas, muitas delas do setor automotivo, e busca novas parcerias. "Temos projetos com outros materiais e a bolsa é um bom instrumento para levar as idéias adiante", afirma. "Também é importante que ela conscientize outras empresas de que o lixo não é um passivo ambiental, mas um ativo econômico", comenta.

Esse fator também é destacado por Mauro Piazzetta, dono da recicladora de papel Piazzetta. "A bolsa não gera lucro. É uma forma de educar empresários e deixar as pessoas informadas sobre o mercado da reciclagem", diz. (GO)

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