O último aumento nos preços dos combustíveis dado pela Petrobras entrou em vigor em novembro de 2013| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Os reajustes de 3% para a gasolina e de 5% para o diesel, anunciados nesta quinta-feira (06), pela Petrobras, emitem um sinal de contradição na estratégia de preços adotada pelo governo federal, de acordo com avaliação de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

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Ele explica que, por um lado, o ajuste não recompõe as perdas sofridas pela estatal no período em que os preços do barril de petróleo no mercado internacional estavam mais altos. "Foi um aumento muito pequeno. Se o objetivo fosse cobrir os preços do passado, teria que aumentar em torno de 20%", afirmou Pires.

Atualmente, porém, o preço dos combustíveis no mercado doméstico entrou em paridade com os preços praticados no mercado internacional em função da queda na cotação do barril de petróleo. Mas, com o reajuste a partir desta sexta, a gasolina no Brasil ficará aproximadamente 4% mais cara do que lá fora, observou o diretor do CBIE.

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"Quando o barril do petróleo ficou caro, o preço da gasolina permaneceu barato. Agora que o barril ficou barato, o preço da gasolina subiu. É uma contradição", afirmou. "O Brasil está indo contra a lógica do mercado internacional. É um sinal econômico ruim".

Pires mencionou que uma alternativa para reequilibrar as contas da Petrobras e aumentar a arrecadação pública seria a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

O imposto sobre a gasolina também teria a função de recuperar a competitividade do etanol. "Seria um prêmio para os produtores de etanol, que é um combustível limpo, mas perdeu mercado", afirmou.