O Centro de Convenções de Curitiba, no Centro de Curitiba, vai ser fechado até o fim de 2016. O encerramento das atividades do espaço de eventos foi definido pelo governo do estado e anunciado ao setor turístico pelo secretário do Esporte e do Turismo, Douglas Fabrício, no dia 22 de março. O espaço manterá os eventos já contratados e deve ser colocado à venda no ano que vem.
A notícia frustrou quem depende do turismo. Nesta quinta-feira (31), representantes de 15 entidades do setor hoteleiro, alimentício, de turismo e empresarial se reúnem na sede do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (SEHA), numa tentativa de somar forças e argumentos suficientes para contestar a medida estatal. “Foi uma decisão unilateral, não fomos consultados. Os eventos do espaço trazem fluxo e consumidores ao centro da cidade. Fechar uma fonte de renda como esta deve piorar ainda mais a crise, que hoje muitos comerciantes já enfrentam por conta do momento econômico do país”, defende Jacob Mehl, presidente do sindicato.
O Centro de Convenções tem área de 8.426 m² distribuída por cinco pisos com espaços para realização de palestras, feiras, congressos, cursos e formaturas – seu auditório comporta 1,3 mil pessoas.
“Precisamos de melhorias no espaço, não que ele seja fechado. Quando as convenções são em locais mais distantes, não há interação com cidade e fluxo no comércio em geral”, diz Susi Almeida, diretora administrativa do Curitiba, Região e Litoral Convention e Visitors Bureau (CCVB), que integra a lista de entidades descontentes com a decisão. Para ela, oferecer condições interessantes à iniciativa privada para a aquisição do espaço pode evitar o fechamento. “Entendemos se o governo precisa reduzir custos, mas é preciso encontrar uma solução que beneficie a todos”.
Posição do governo
Em nota, o governo do Paraná afirmou que pretende liquidar a empresa e vender o imóvel. “Durante muitos anos, o espaço sediou importantes eventos e sobreviveu sem a necessidade de aportes do estado. No entanto, a cidade ganhou espaços mais modernos e a procura pelo local diminuiu”, diz o texto. Segundo a nota, ainda, “o Centro de Convenções passou a dar prejuízos nos últimos anos, porque não há mais interesse de locação do espaço por parte da iniciativa privada”.
A resposta também explica que a receita do local teve queda de 31% em 2015 e de 50% em 2016 e que “aportes do estado necessários para garantir o funcionamento da empresa exigiria o cancelamento de despesas em outras áreas consideradas prioritárias, como segurança pública e obras de infraestrutura”.
Ao fim do comunicado, o governo se compromete a honrar o pagamento de pessoal e a manutenção mínima pra a realização de eventos já contratados.
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