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Só no ano passado, o desemprego atingiu mais 4 milhões de pessoas. Um quarto desses novos desempregados foi registrado nas economias avançadas | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Só no ano passado, o desemprego atingiu mais 4 milhões de pessoas. Um quarto desses novos desempregados foi registrado nas economias avançadas| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Desde o período que antecedeu a crise econômica mundial até o ano passado, cerca de 67 milhões de pessoas perderam o emprego, de acordo com levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo Tendências Mundiais do Emprego 2013, divulgado nesta segunda-feira (21), aponta que o desemprego global chegou a 197,3 milhões de pessoas no ano passado, com incremento de 28,4 milhões de desempregados de 2007 a 2012.

A organização estima que pelo menos 39 milhões de pessoas tenham desistido de regressar ao mercado de trabalho, dadas as dificuldades para conseguir um emprego desde a crise. Com a soma a OIT chega ao número de 67 milhões de postos de trabalho a menos de 2007 para cá.

Só no ano passado, o desemprego atingiu mais 4 milhões de pessoas. Um quarto desses novos desempregados foi registrado nas economias avançadas. A queda nos níveis de emprego nessas economias, de acordo com a OIT, teve repercussões consideráveis nos mercados de trabalho dos países em desenvolvimento.

"A incerteza em torno das perspectivas econômicas e as políticas inadequadas que foram implementadas para lidar com isso, debilitaram a demanda agregada, freando os investimentos e as contratações", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em nota à imprensa. De acordo com Ryder, muitos novos postos de trabalho requerem qualificações que as pessoas que buscam emprego não possuem. "Os governos deveriam intensificar os esforços dirigidos a apoiar as atividades relacionadas com a qualificação e a recapacitação a fim de enfrentar este tipo de desajuste que afeta os jovens de maneira particular", completou.

Jovens

Atualmente, 73,8 milhões de jovens - entre 15 e 24 anos - estão desempregados em todo o mundo. A previsão da OIT é que a desaceleração da atividade econômica "empurre" outros 500 mil para o grupo de desempregados até 2014. A taxa de desemprego juvenil, que atingiu os 12,6% no último ano, pode chegar a 12,9% em 2017.

Aumento da taxa de desemprego até 2017

Mesmo com uma eventual recuperação econômica mundial nos próximos anos, o número de 197,3 milhões de desempregados somados até 2012 deve piorar. A estimativa da OIT é que em cinco anos o mundo some 210,6 milhões de desempregados, um aumento de mais de 13 milhões ao total atual.

A OIT cita inconsistências entre medidas fiscais e monetárias de diferentes países e a queda nos níveis de investimentos como impasses à uma recuperação mais forte da economia. "A natureza global desta crise significa que os países não podem resolver seu impacto de maneira individual e somente com medidas internas", disse o diretor-geral da OIT, em nota à imprensa, Guy Ryder. "O alto nível de incerteza, que está reprimindo os investimentos e a criação de emprego, não diminuirá se os países conceberem soluções contraditórias", completou.

De acordo com a OIT, a possível retomada da atividade mundial não será tão forte a ponto de reduzir o desemprego com rapidez. A estimativa da organização é que a taxa de desemprego mundial fique em torno de 6% pelo menos até 2017 - atualmente, está em 5 9%. Em 2013, o número de desempregados no mundo deve aumentar em 5 milhões, chegando a 202 milhões. Para o próximo ano, o incremento deve ser de 2,9 milhões.

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