O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, veio ontem a Curitiba para a inauguração do Instituto e da Certificação Life (Lasting Initiative for Earth, ou Iniciativa Duradoura pela Terra, na sigla em inglês). O grande objetivo da iniciativa é incentivar a participação de empresas privadas em ações que ajudem a preservar a diversidade biológica. Três companhias vão participar de um período de testes antes de o selo chegar ao mercado, o que está previsto para os primeiros meses de 2010.

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"Esta é uma normatização que ainda não existe em nenhum país, pois é direcionada para a biodiversidade, além de ser mais específica do que um certificado ambiental", explica o presidente do conselho do Instituto Life, Clóvis Borges, que também é diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS).

Minc defendeu o estímulo para que as empresas invistam na defesa do meio ambiente e admitiu que as ações de fiscalização atuais contra a devastação da natureza ainda são insuficientes. Para ele, existe pouca proteção ambiental no país. "Dizem que o Brasil é uma grande unidade de conservação, mas isso é mentira", afirmou. "Temos mais de 240 milhões de hectares de áreas degradadas e, em 15 anos, triplicou o número de espécies ameaçadas de extinção", citou o ministro.

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Para conseguirem a nova certificação, as organizações interessadas passarão por uma auditoria que vai definir critérios de avaliação para cada segmento de atuação. A instalação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e a proteção de espécies que correm risco de extinção são exemplos de ações que poderão ser implementadas pelas empresas.

De acordo com Borges, do Instituto Life, a empresa que conseguir o certificado vai garantir uma diferenciação positiva na imagem. "Os temas relacionados à biodiversidade ganham cada vez mais espaço e a sociedade vai cobrar este tipo de iniciativa", diz. A intenção é que o selo Life se torne uma espécie de pré-requisito para a contratação de empresas. "Os empresários vão investir nesta área e isso está diretamente relacionado ao negócio", acrescenta o presidente do Instituto.

Internacionalização

No Cop10-Mop5 (convenção mundial de biodiversidade e biossegurança) de Nagoya, no Japão, que será realizado em outubro do ano que vem, o Brasil levará para âmbito internacional a proposta da nova certificação.