Mais caros por conta de alterações climáticas, o tomate, a batata e a banana encareceram a cesta básica de alimentos na região de Curitiba no mês de outubro – ela ficou 4,22% mais cara que em setembro. Este é o 4.º mês do ano em que a listagem de alimentos pesquisada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fica mais cara e, desde dezembro de 2002, a 4.ª maior alta de um mês para o outro. Apesar disso, no acumulado do ano os preços ficaram 6,71% mais baratos em relação aos dez primeiros meses de 2005.

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Uma família curitibana de quatro pessoas precisou, em outubro, de R$ 495,15 para se alimentar – um custo diário de R$ 5,51 para cada um. É o 6.º valor mais alto entre as 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, das quais 14 sofreram alta em outubro, com destaque para Belo Horizonte (6,89%), Vitória (5,41%) e Florianópolis (5,22%). Os únicos recuos foram registrados em Recife (-0,79%) e Salvador (-0,47%). Um dos produtos que caíram de preço em outubro foi o pão (-0,74%), seguindo a queda do trigo.

No ano, a banana foi o produto que mais aumentou na região de Curitiba, com alta de 23%. O açúcar segue com 20%, influenciado pela maior produção de álcool nas usinas, o aumento da cotação internacional e das exportações. Outro produto importante no consumo do brasileiro, o arroz subiu 15% este ano. "Além do período de entressafra, o preço caiu muito em 2004", explica o economista do Dieese Sandro Silva.

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Nos últimos 12 meses, a cesta ficou praticamente estável, com alta de 0,29%. Novamente o açúcar e o arroz ficaram mais caros, e a carne subiu 3,86%. "O preço oscila muito devido a especulações sobre a retomada das exportações", diz o economista do Sindicarne, Gustavo Fanaya.

Já o leite caiu 2,63% nos 12 meses. De acordo com a cooperativa Frimesa, do Oeste do estado, o produtor paranaense está ganhando menos, e no Brasil há excedente de produção de 8%. "A seca piorou a alimentação do gado e caiu a produtividade", explica o presidente Válter Vanzella. O feijão, que está na entressafra, ficou quase 30% mais barato no ano.

O Dieese também pesquisa os produtos de limpeza, que tiveram alta de 0,77% em outubro, e de higiene, que ficaram 0,81% mais caros, com destaque para a esponja e o papel higiênico. Os produtos encontrados nos supermercados que mais variaram de preço de uma marca para outra foram balde, pano de chão, sapólio em pó, esponja de louça, sabão em pó e, entre os artigos de higiene, sabonete, absorvente e creme dental.