A cesta básica encareceu em maio. É o que constatou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 15 das 18 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (5,42%) e Recife (4,90%). As maiores retrações foram observadas em Campo Grande (-2,05%), Florianópolis (-0,38%) e Brasília (-0,10%).
Curitiba foi a sétima capital onde a cesta básica estava mais cara, custando R$ 341,20, segundo o levantamento do Dieese. Em abril, a cesta saiu por R$ 335,73, com uma variação mensal de 1,63%. No ano, já foi registrada alta de 13,24% na capital paranaense.
São Paulo foi a capital onde se apurou o maior valor para a cesta básica, aproximadamente R$ 366,54, e que apresentou a terceira maior variação (2,43%) em relação a abril. A segunda maior cesta foi observada em Porto Alegre (R$ 366,00), seguida por Vitória (R$ 352,76). Os menores valores médios da cesta ocorreram em Aracaju (R$ 241,72), João Pessoa (R$ 272,35) e Salvador (R$ 277,52).
Salário mínimo deveria ser quase cinco vezes maior
Com base no preço da cesta de São Paulo, o Dieese estima que o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 3.019,07. Ou seja, 4,17 vezes maior que o piso vigente (R$ 724). A estimativa segue o que determina a Constituição Federal, que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, transporte, lazer e previdência. Em maio do ano passado, o valor para atender as despesas de uma família chegava a R$ 2.873, o que representava 4,24 vezes o mínimo da época (R$ 678,00).
Para comprar os gêneros alimentícios essenciais, de acordo com média das 18 capitais estudadas, o trabalhador remunerado precisa realizar uma jornada de 96 horas e 51 minutos por mês, tempo bastante superior ao mês de abril. No mês passado, eram necessárias 95 horas e 36 minutos. Se comparada com 2013, a jornada em 2014 foi menor, já que naquele mês eram necessárias 97 horas e 45 minutos.
Se comparado com o salário mínimo líquido, após desconto referente à Previdência Social, verifica-se, segundo o Dieese, que o trabalhador comprometeu em maio 47,85% dos vencimentos para comprar os mesmos produtos que em abril demandavam 47, 23%.