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Cesta básica sobe em 17 capitais

Leite subiu em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Leite subiu em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo)
O preço da cesta básica e a inflação tiveram comportamentos diferentes. Veja no gráfico |

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O preço da cesta básica e a inflação tiveram comportamentos diferentes. Veja no gráfico

Confira a variação, desde janeiro, dos preços em Curitiba |

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Confira a variação, desde janeiro, dos preços em Curitiba

A menos de uma semana da reunião do Comitê de Política Mo­­ne­­tária (Copom) do Banco Central, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco­nômicos (Dieese) informou ontem que o preço da cesta básica aumentou em novembro em todas as 17 capitais do país onde é feito o levantamento dos preços dos produtos alimentícios básicos. Em outubro, o Dieese já havia registrado aumento em 16 das 17 capitais pesquisadas.

De acordo com a pesquisa, os aumentos foram muito expressivos nas cidades de Manaus (9,28%), For­­taleza (8,03%), Vitória (6,70%) e Bra­­sília (5,57%). As menores variações foram anotadas em Porto Alegre (1,04%), Belém (2,02%), Natal (2,42%) e Salvador (2,66%). Em Curitiba, o aumento foi de 3,06% – em 2010, a cesta subiu 12,84%, a maior porcentagem re­­gistrada para o ano; já no acumulado dos últimos 12 meses, o aumento é de 7,36%.

Para os técnicos do Dieese, ainda que em sete localidades as elevações para o custo da cesta tenham superado a de São Paulo (4,26%), a capital paulista continuou a registrar o maior valor para os produtos básicos (R$ 264,61), com um valor bem acima do apurado para Ma­­naus (R$ 250,56), que teve o maior aumento no mês. A terceira cesta mais ca­­­ra é a de Porto Alegre (R$ 249,78). Os menores valores foram anotados em Aracaju (R$ 179,78) e João Pessoa (R$ 193,49), as duas únicas capitais onde o preço ficou abaixo dos R$ 200. A cesta curitibana custou R$ 239,06.

Produtos

A principal causa da alta do preço do leite, um dos produtos que ajudaram a elevar o preço da cesta, foi a estiagem prolongada iniciada em meados do ano. O preço do produto teve aumento em novembro em 12 das 17 capitais. "Mas, com o fim da entressafra, que ocorre na primavera, e com maior regularidade das chuvas, deve haver maior oferta do produto e consequente redução do preço", preveem os técnicos do Dieese.

Já a batata aumentou em no­­vembro em oito das nove capitais do Centro/Sul onde há pesquisa de preços. As maiores altas foram observadas em Goiânia (34,15%), Florianópolis (15,33%) e Belo Horizonte (14,77%). Os preços não se alteraram em Curitiba. Na comparação com novembro do ano passado, houve redução em todas as nove cidades, como no Rio de Janeiro (-34,82%) e Belo Hori­zon­­te (-34,48%). A carne, principal item na composição da cesta básica, foi, no mês de novembro, o maior responsável pela elevação do custo da cesta em todas as capitais.

O ministro da Fazenda, Guido Man­­tega, afirmou ontem que espera uma diminuição na inflação dos alimentos para janeiro e afirmou que a alta nos preços é sazonal, motivada por problemas climáticos e especulações no mercado futuro de commodities. Já há sinais de queda de feijão, milho e trigo no atacado, afirmou o ministro. O movimento deverá ter reflexo no varejo só em janeiro. "A situação está sob controle, e o governo fará o que for necessário para que as metas de inflação sejam cumpridas", disse.

Salário mínimo

Tomando como base o preço da cesta básica na cidade de São Paulo (R$ 264,61), o Dieese estima que o valor do salário mínimo em novembro deveria ter sido de R$ 2.222,99. O valor estimado para o mínimo considera a determinação constitucional, que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O salário mínimo considerado ideal para atender as necessidades básicas de um trabalhador e sua família corresponde a 4,35 vezes o mínimo vigente de R$ 510. Em outubro, o mínimo era estimado em R$ 2.132,09, ou 4,18 vezes o piso em vigor. Já em novembro de 2009, o mínimo necessário ficava em R$ 2.139,06, 4,6 vezes o piso de então (R$ 465).

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