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A Via Campesina, representada no Brasil pelo Movimento dos Sem-Terra, conseguiu ontem um feito respeitável: levou quatro presidentes da América Latina para o ginásio esportivo do campus da Universidade Estadual do Pará, onde está realizando um encontro paralelo ao Fórum Social Mundial. Conduzidos por João Pedro Stédile e Jayme Amorim, da direção nacional do MST, lá adentraram Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e Rafael Correa, do Equador.

O tema oficial do encontro, que começou uma hora e meia depois do horário anunciado, devido a um atraso de Chávez, era "Dialogo sobre Integracion Popular de Nuestra America". Em seu discurso o presidente do Paraguai abordou um tema delicado nas relações com o Brasil: a energia da hidrelétrica de Itaipu. Ele quer renegociar a dívida de seu país e modificar o tratado assinado nos anos da ditadura militar, para permitir a venda da energia a terceiros. "Não acreditamos em um tratado assinado na época da ditadura", disse ele.

Chávez, cujo alvo preferido nos ataques de seus discursos era o republicano George W. Bush, disse não ter ilusões a respeito do democrata Barack Obama: "Não tenho muitas ilusões porque o império está intacto. Acabar com a prisão de Guantánamo foi um sinal, mas ele tem que devolver o território para Cuba."

Sem Lula

Segundo João Paulo Rodrigues, porta-voz dos sem-terra, o presidente Lula não foi convidado porque o encontro se destinava a fortalecer a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), uma organização proposta por Chávez para se contrapor à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), sugerida pelo ex-presidente George Bush. Sobre o fato de o Paraguai não integrar a Alba e mesmo assim ter sido convidado, o porta-voz disse: "Ele tem demonstrado grande simpatia pela organização."

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