A Venezuela buscará retomar nesta semana o projeto de um gasoduto continental com o Brasil, que estava reticente sobre a obra destinada a conectar as grandes reservas de gás natural da América do Sul.

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Chávez, que pretende dobrar a produção de gás na Venezuela com investimentos de 18 bilhões de dólares no setor até 2016, promove a construção de dois gasodutos: o Transguajiro, que cruzaria a Colômbia até o Pacífico, e o Gasoduto do Sul, ligando o Caribe à Argentina, num trajeto de mais de 8.000 quilômetros.

"(O presidente Luiz Inácio Lula da Silva) me telefonou e quer que discutamos o tema do gasoduto em Manaus. Eu disse: Lula, já era hora, faz um ano que não falamos do gasoduto", disse Chávez no domingo durante seu programa semanal de rádio e TV, o Aló, Presidente.

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Chávez e Lula se reúnem no dia 20 em Manaus para discutir projetos de integração regional, como o Banco do Sul e a Petrosur.

Analistas e empresas vêem com ceticismo o gasoduto, um investimento de 20 bilhões de dólares, pois consideram que a liquefação do gás e seu transporte marítimo seria uma opção mais econômica.

"Dizem que o gasoduto é inviável. Sobretudo se levantou uma corrente muito forte no Brasil contra o tema. Essa corrente vem de Washington para tentar sabotar o projeto", disse Chávez no pronunciamento, anunciando a "revolução gasífera socialista".

Chávez diz que o duto seria importante para evitar o desabastecimento de gás no Cone Sul, mas os críticos argumentam que o projeto é político e duvidam da capacidade venezuelana de fornecer gás natural a outros países.

Ele afirmou que a Venezuela possui 80 por cento das reservas sul-americanas de gás e 30 por cento das de todo o continente.

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O bom relacionamento político entre os governos de Chávez e Lula se traduz em diversos projetos bilaterais, sobretudo no setor energético, como a refinaria que começou a ser construída em Pernambuco.

Chávez deve se reunir no próximo dia 12 com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, para inaugurar o Transguajiro, que liga a costa oriental do lago de Maracaibo, no oeste da Venezuela, às jazidas colombianas de Puerto Ballena, a 225 quilômetros dali.

Esse duto, no qual Caracas investiu cerca de 335 milhões de dólares, se complementaria com o chamado Gasoduto Transoceânico, que uniria a Venezuela ao Panamá através do Caribe colombiano.