O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou a estatização de pelo menos cinco empresas do setor siderúrgico e fechou um acordo para comprar por US$ 1,050 bilhão a unidade do grupo espanhol Santander no país, em mais um passo da ampla onda de estatizações em curso.

CARREGANDO :)

Fazem parte da lista as companhias Matesi, Comsigua, Venprecar, Orinoco Iron bem como a Tavsa, de tubos de aço, de capital japonês, mexicano, australiano e europeu. Também passará para a mãos do Estado venezuelano uma produtora de cerâmica, a Cerámicas Carabobo. As empresas vinham enfrentando conflitos trabalhistas há alguns meses.

O presidente disse que a decisão vai ajudar a Venezuela a reduzir importações e estimular a indústria local. "Estamos planejando um grande e integrado complexo industrial", afirmou.

Publicidade

O anúncio do acerto para a aquisição do Banco de Venezuela, um dos maiores do país, acaba com meses de negociações, iniciadas após Chávez ter anunciado em julho do ano passado que iria nacionalizar o banco.

A Venezuela vai pagar US$ 630 milhões no dia 3 de julho, quando assumir formalmente o controle da instituição. O restante será pago em duas parcelas iguais nos meses de outubro e dezembro. O acerto garante ao Santander a repatriação de dividendos da instituição, sendo US$ 182,4 milhões no dia 27 de maio e US$ 122,3 milhões no dia 3 de julho.

O vice-presidente da Venezuela, Ramon Carrizalez, afirmou que a transferência de administração do Banco de Venezuela vai permitir que o governo assuma maior controle sobre a economia no momento em que o país se encaminha para um modelo socialista. Segundo ele, a negociação ocorreu em "um clima de cordialidade".

O presidente do Banco de Venezuela, Michel Goguikian, disse que o acordo era "muito satisfatório" tanto para o banco quanto para o governo.

O grupo espanhol Santander possui cerca de 98% do Banco de Venezuela, que foi privatizado em 1996 por US$ 351 milhões, depois de passar pelas mãos do Estado em meio à mais devastadora crise financeira que atingiu o país, entre 1994 e 1995.

Publicidade

No ano passado, uma instituição financeira do país esteve muito perto de comprar o Banco de Venezuela, mas o governo não autorizou a operação e decidiu adquirir o banco por um valor que foi estimado entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,3 bilhão.

A crise financeira mundial, no entanto, que derrubou os preços de petróleo e aumentou a aversão a risco de investidores, permitiu que a aquisição do Banco de Venezuela saísse mais em conta para o governo.

Esta é mais uma etapa em um amplo processo de nacionalização realizado pelo governo de Chávez para ampliar o controle do Estado, que já estatizou empresas dos setores de cimento, energia, telecomunicações e petróleo desde 2006.

No início de maio, o governo da Venezuela estatizou 60 empresas que prestam serviços à indústria petroleira, depois da promulgação de uma lei que dá ao Estado o direito de controlar total ou parcialmente bens e serviços relacionados à atividade.

Publicidade