O presidente Hugo Chávez anunciou neste sábado que editará um decreto forçando a maior siderurgia da Venezuela, a Ternium-Sidor, a fornecer aço prioritariamente para o mercado interno. Dois dias antes ele havia ameaçado estatizar a empresa.
Chávez, que assumiu o controle de empresas de energia e petróleo este ano em medidas para transformar o país em um Estado socialista, disse que vai informar a Ternium-Sidor de sua decisão em uma reunião de emergência na próxima semana com o maior acionista da empresa, a argentina Ternium -da qual a brasileira Usiminas é sócia.
"Se você não concordar, me dê. Eu fico com a companhia, pago o que custar, não vou roubá-lo", disse Chávez em um evento para formar um único partido político a partir das dezenas de grupos que o apóiam.
Chávez disse que aprovará a lei a respeito da Sidor usando os poderes que o Congresso lhe concedeu este ano de governar por decreto.
Ele reclamou que a empresa exporta a maior parte de sua produção, obrigando os venezuelanos a importar aço da China.
Os controles de importação e exportação da Venezuela levam algumas empresas a optar por exportar a fim de garantir pagamentos em moeda estrangeira, em vez do bolívar, a moeda local, que vale no mercado paralelo a metade do valor oficial.
O presidente, que considera o capitalismo um mal, disse que a empresa estaria violando os termos de um acordo fechado quando foi privatizada.
"Antes de exportar uma única tonelada para o exterior, primeiro é preciso garantir que todas as empresas (venezuelanas) estejam abastecidas", disse Chávez no sábado. "Não vou mais admitir isso. Chega de conversa."
Chávez disse na quinta-feira que estava relutante em nacionalizar a Ternium-Sidor porque os principais sócios são latino-americanos.
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