Pouco mais de dois anos após deixar o Google, Andy Rubin está se preparando para entrar na indústria de smartphones que ele ajudou a criar.
Rubin, criador do sistema operacional Android, quer casar sua experiência em software de inteligência artificial com um negócio arriscado: hardware para o consumidor. Cercado de uma equipe com perto de 40 pessoas, cheia de recrutados da Apple e Google, Rubin está se preparando para anunciar uma nova empresa, chamada Essential, e atuar como seu CEO, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Uma plataforma empresarial criada para unir vários dispositivos, a Essential está trabalhando em um conjunto de produtos de hardware para o consumidor, incluindo aqueles para os mercados de celulares e casas inteligentes, disse uma das fontes.
A peça central do sistema é um smartphone de alta performance com uma tela grande, de borda a borda, que não tem uma moldura o envolvendo. Na Consumer Electronics Show em Las Vegas, no início de janeiro, Rubin falou sobre o smartphone com executivos de operadoras de telefonia móvel, incluindo alguns da Sprint Corp., disseram pessoas familiarizadas com as negociações.
Rubin registrou a Essential Products Inc. nos órgãos reguladores da Califórnia em novembro de 2015. Em fins de 2016, a empresa registrou “Essential” no Escritório de Patentes e Marcas dos EUA, listando smartphones, tablets, acessórios e “software operacional para telefones celulares” entre seus produtos e serviços. Não está claro se os dispositivos rodarão com um software baseado no Android.
Ainda na fase de prototipagem, o telefone de Rubin está voltado para o topo do mercado, onde o iPhone, da Apple, e o novo Pixel, da Alphabet Inc., estão. Espera-se que ele seja feito com materiais de alta performance e tenha a capacidade de aceitar novos recursos de hardware ao longo do tempo, disseram as fontes. Representantes de Rubin e da Sprint se recusaram a comentar.
Rubin vendeu o Android para o Google em 2005. Passou oito anos no comando do Google, transformando o sistema operacional de um minúsculo projeto no software para dispositivos móveis mais comum no mundo. Em 2013, ele saiu do Android para formar a unidade de robótica do Google, antes de sair completamente em 2014.
A aposta seguinte de Rubin foi em uma incubadora chamada Playground Global, que apoia inteligência artificial (IA), robótica e projetos de realidade aumentada.
Rubin está convencido de que a IA é a próxima grande mudança na indústria da tecnologia. “Novas plataformas de computação surgem a cada 10 a 12 anos”, disse ele na Bloomberg Technology Conference, em junho. “Qual é a próxima plataforma?... É sobre dados e pessoas ensinando os sistemas de IA.”
A Playground Global, que ocupa um amplo armazém no Vale do Silício, arrecadou pelo menos US$ 300 milhões de grandes investidores, incluindo a Hewlett-Packard, o Google e o fornecedor da Apple, a Hon Hai Precision Industry Co. O último, conhecido como Foxconn, está negociando a fabricação do novo smartphone de Rubin, de acordo com as fontes.
Pelo menos um protótipo do telefone possui uma tela maior que o iPhone 7 Plus (5,5 polegadas), mas tem uma área menor de pegada por não ter molduras, disse uma das pessoas. A startup está experimentando permitir que o telefone detecte níveis diferentes de pressão, similar a um iPhone, disse uma das fontes. A equipe de Rubin está testando design com metal e traseira em cerâmica, que é mais difícil de fabricar do que materiais típicos de smartphones, afirmaram duas fontes.
Os engenheiros da Essential estão desenvolvendo um conector que cumpre o dever duplo de carregar a bateria e expandir a funcionalidade do telefone ao longo do tempo, disse uma pessoa familiarizada com o planejamento.
O conector magnético permitiria que a Essential, ou mesmo terceiros, criassem acessórios de hardware que adicionassem recursos ao smartphone. Por exemplo, os engenheiros de Rubin estão trabalhando em um câmera esférica que pode ser acoplada e tira fotos em alta resolução em 360 graus.
Rubin pretende colocar o telefone à venda em meados deste ano por um preço próximo ao de um iPhone 7 (US$ 649), disse uma pessoa familiarizada com o assunto, acrescentando que todos os planos ainda estão sendo desenhados. O site de notícias de tecnologia “The Information” já havia dito que Rubin estava trabalhando em um telefone.
Ajudando a executar o projeto estão ex-colegas de Google e gerentes da Apple, incluindo Rebecca Zavin, Joe Tate, Linda Jiang e Jason Keats. Zavin, uma ex-gerente sênior de software do Google, está preparando o software para Rubin. Keats e Tate estão ajudando a executar a engenharia de hardware, e Jiang é uma designer chave para Essential, de acordo com uma pessoa familiarizada com a startup.
Kelly Liang, ex-executiva de negócios do Google X Lab, está gerenciando o desenvolvimento de negócios e Brian Wallace, ex-executivo da Samsung e Magic Leap, é o chefe de marketing.
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