As empresas prestadoras de serviços públicos da China serão obrigadas a comprar toda a energia produzida em parques de geração eólicos e por outras fontes renováveis, de acordo com uma nova lei aprovada ontem pelos legisladores do país, afirmou a agência de notícias estatal Xinhua.
A medida, semelhante a mecanismos existentes na Alemanha e na Espanha, ajudará o país a cumprir as metas de restrição de emissões de gases causadores do efeito estufa e também a reduzir a dependência da China da eletricidade produzida a partir da queima de carvão e de óleo - algo considerado uma fraqueza estratégica pelos líderes chineses.
"A legislação para melhorar o consumo de energia limpa contribui para o combate global contra as mudanças climáticas", disse Wang Zhongying, diretor do centro de desenvolvimento de energias renováveis da principal agência de planejamento do governo.
Ainda não há detalhes sobre os preços que serão pagos pela energia renovável. A agência Xinhua, no entanto, afirmou que as empresas operadoras de linhas de transmissão da China poderão ser multadas caso não aceitem adquirir a eletricidade produzida por fontes renováveis.
Energia Eólica
A China é um dos maiores usuários de energia eólica do mundo, mas as regiões do país onde os ventos são mais fortes estão distantes de cidades populosas, o que eleva o custo de transmissão. Cerca de 25% dos parques de geração de energia eólica não estão conectados ao sistema nacional de energia chinês.
Metas do governo estipuladas em 2005 determinam que pelo menos 15% da energia na China terá de ser produzida por geradores eólicos, solares e hidrelétricos até 2020, ante 9% atualmente. Autoridades afirmam que a meta pode ser revisada para 20% porque o setor de energia limpa está se desenvolvendo rapidamente.
A China possui o maior volume de emissões de gases causadores do efeito estufa do mundo, mas não é obrigada legalmente a reduzir estas emissões porque é uma economia em desenvolvimento. Apesar disso, o governo chinês assumiu o compromisso de reduzir entre 40% e 45% a emissão de dióxido de carbono na atmosfera até 2020.