A China disse que vai permitir que os exportadores do país deixem a receita estrangeira no exterior, ampliando um programa de testes que marca um afrouxamento significativo nos controles de câmbio de Pequim e que pode reduzir a pressão de valorização do iuan. Pelas novas normas, que entram em vigor no sábado (1º de janeiro), exportadores chineses qualificados poderão decidir sobre o período de tempo que manterão a receita no exterior e quando repatriarão os fundos para a China, disse em comunicado a Administração de Câmbio do Estado (Safe, na sigla em inglês).

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Até agora, os exportadores chineses tinham que repatriar seus ganhos no exterior e trocá-los por yuan. Mas o fluxo de recursos estrangeiros tem causado problemas para as autoridades monetárias, contribuindo para as forças inflacionárias e aumentando as pressões para que a moeda se valorize.

"A direção é clara. As autoridades querem reduzir a entrada de recursos estrangeiros, por isso estão dando aos exportadores o direito de mantê-los no exterior", disse Wang Tao, economista do UBS. A medida, que acompanha um pequeno projeto piloto iniciado em 1º de outubro, vai ajudar as companhias chinesas a conduzirem financiamento transfronteiras e sustentar sua expansão no exterior, afirma o regulador do câmbio.

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O relaxamento da exigência de repatriação pode ajudar Pequim a resolver vários problemas. Por não serem forçadas a repatriar seus lucros no exterior, as empresas reduzirão a demanda pela moeda local, reduzindo assim a pressão de alta do iuan. A mudança também pode reduzir as pressões inflacionárias e desacelerar o crescimento das reservas estrangeiras. O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central da China) compra moedas estrangeiras dentro do mecanismo de repatriação, o que o deixou com reservas crescentes que recicla em bônus de governos estrangeiros e outros investimentos.

Ao comprar moeda estrangeira com yuan recém emitido, o PBOC ampliou a base monetária doméstica e contribuiu para as pressões inflacionárias. Em comunicado recente, o vice-presidente do PBOC Hu Xiaolian, se referiu a este processo como "emissão passiva de moeda". No entanto, economistas afirmam que muitos exportadores vão preferir trocar seus recursos estrangeiros por yuan, uma vez que a moeda chinesa deve se valorizar nos próximos anos e meses.

"A questão é se os exportadores vão querer manter o dinheiro no exterior", disse Wang, destacando que a base de custos para muitos exportadores é doméstica, portanto eles terão uma razão para repatriar a receita externa. As informações são da Dow Jones.