Brasília - A China dobrou a sua participação nas exportações brasileiras no primeiro trimestre de 2009. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, o país asiático respondeu por 11% das vendas do Brasil para o exterior. No mesmo período 2008, a participação era de 5,4%.
Nos três primeiros meses do ano, o Brasil exportou US$ 31,1 bilhões, uma queda de 19,4%, em relação a igual período de 2008. As importações despencaram 21,5%, para US$ 28,1 bilhões. No período, o Brasil teve superávit de US$ 3 bilhões, cerca de US$ 250 milhões a mais do que no mesmo período de 2008.
Do total de exportações, R$ 3,4 bilhões foram para a China, um valor 63% superior ao visto no primeiro trimestre de 2008. Em um momento de desaceleração do comércio mundial esse movimento foi o inverso do registrado em relação a outros países. Nesse período, as vendas para os EUA caíram 38% e houve recuo de 44% para a Argentina.
Embora tenha vendido mais para a China, o Brasil comprou menos produtos do seu principal parceiro comercial asiático. Houve uma queda de 13% nas importações de produtos chineses, para US$ 3,6 bilhões.
Retração
O impacto severo da crise econômica sobre o comércio internacional levou o Ministério do Desenvolvimento a prever recuo de 20% nas exportações brasileiras em 2009. Se confirmado, os embarques alcançarão US$ 160 bilhões, recuando ao nível de 2007. Será a primeira vez desde 1999 que o Brasil registrará queda no valor anual exportado.
"De fato, prevemos a primeira queda nas exportações desde 1999, quando o recuo foi de 6,11%. Mas esta também é a pior crise econômica desde 1929", afirmou o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. "Essa é uma previsão realista, dentro do quadro atual. Ainda há movimentos de instabilidade que impedem as ações de comércio exterior e também a definição de metas mais seguras."
Os dados da Secex mostram que somente as exportações de produtos básicos subiram no trimestre, em relação a igual período de 2008. O aumento de apenas 1,7% foi obtido graças ao desempenho dos setores de soja, minério de ferro, milho e fumo. Os embarques de manufaturas recuaram 22,1%, como reflexo da queda nas vendas de 13 dos 14 de seus principais setores, e os de semimanufaturados despencaram 22,9%.
Na outra mão do comércio, o recuo mostrou-se mais intenso justamente nas categorias de produtos vinculadas ao processo produtivo. Em comparação com o primeiro trimestre de 2008, as aquisições de insumos e produtos intermediários encolheram em um terço, em quantidade. Em valor, a queda foi de 27,2%.
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