O Bicbanco, instituição financeira voltada ao segmento de pequenas e médias empresas, anunciou nesta quinta-feira (31) a venda de seu controle para o China Construction Bank (CCB) por 1,62 bilhão de reais. O CBB, segundo maior banco comercial da China, vai adquirir ações representativas de 72% do capital total do Bicbbanco nas mãos da família Bezerra de Menezes, ao preço de R$ 8,9017 por papel preferencial ou ordinário, de acordo com fato relevante da instituição brasileira.
"A operação irá demarcar, para o CCB, o início das suas operações diretas no Brasil. Prevê-se que (o Bicbanco) continue a operar como banco comercial, com foco no segmento de mercado de médio porte", segundo o documento.
O preço a ser pago aos controladores --que pode sofrer ajuste para cima ou para baixo-- representa um prêmio de 18,7 por cento sobre o valor de fechamento das ações preferenciais do BicBanco na bolsa paulista nesta quinta. Os papéis dessa classe fecharam o dia valendo 7,50 reais, com valorização de 1,35 por cento na sessão.
O CCB enviará à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em até 30 dias um pedido de Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os papéis do Bicbanco detidos por minoritários. O fato relevante não traz informações sobre o valor por ação que será oferecido para a OPA que terá por objetivo fechar o capital do banco brasileiro.
A transferência do controle do Bicbanco ao CCB ainda depende de aprovação do Banco Central do Brasil, da promulgação de um Decreto Presidencial, das autoridades regulatórias chinesas competentes e das autoridades bancárias das ilhas Cayman, informou o Bicbanco.
O Bicbanco encerrou junho, dado mais recente disponível, com operações de crédito acrescidas por avais e fianças totalizando 13,6 bilhões de reais, queda de 4,4 por cento ante março e leve alta de 1,4 por cento em 12 meses.
O lucro líquido contábil do Bicbanco no segundo trimestre foi de 14,6 milhões de reais, bastante inferior aos 96,5 milhões de reais um ano antes.