O crescimento econômico da China acelerou em linha com o esperado no terceiro trimestre, quando elevados investimentos e empréstimos bancários mais do que contrabalançaram uma queda das exportações, informou o governo nesta quinta-feira (22).
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 8,9 por cento sobre o terceiro trimestre de 2008, acima da taxa de 7,9 por cento apurada no segundo trimestre na comparação anual e da alta de 6,1 por cento no primeiro trimestre.
Economistas consultados pela Reuters previam uma expansão de 8,9 por cento para o terceiro trimestre, mas o dado ficou abaixo das estimativas mais otimistas e o governo rapidamente afirmou que mantém suas políticas super afrouxadas.
Andy Rothman, estrategista da corretora CLSA em Xangai, descreveu o dado como forte, mas não o suficiente para causar um aperto monetário antes do segundo semestre de 2010.
"A China começou, no entanto, a implementar sua estratégia de saída, que é uma redução gradual no patamar de estímulo (ao gasto com infraestrutura e ao crédito), em resposta ao aumento do investimento privado e do consumo", afirmou Rothman em nota.
Nos nove primeiros meses do ano, o PIB cresceu 7,7 por cento e economistas disseram que o governo conseguirá facilmente cumprir a meta de 8 por cento de expansão em 2009, um número que parecia distante no começo do ano em meio à crise global.
"Podemos dizer com certeza que alcançar um crescimento de 8 por cento neste ano é algo completamente assegurado. Sem dúvida", disse Li Xiaochao, porta-voz da agência nacional de estatísticas, que divulgou os dados.
Ele também reafirmou a política. "Temos enfatizando uma política fiscal proativa e uma postura de política monetária apropriadamente afrouxada para manter a consistência e a estabilidade da política econômica. Segundo meu entendimento, isso significa estabilidade na política, disse ele, reiterando um comunicado do governo emitido na véspera.
Os dados do PIB mostraram que o gasto com capital contribuiu com 7,3 pontos percentuais para o crescimento de 7,7 por cento nos nove primeiros meses do ano. O consumo foi responsável por 4 pontos. As exportações líquidas, por outro lado, subtraíram 3,6 pontos.
O governo também divulgou nesta quinta-feira dados econômicos referentes a setembro. A formação bruta de capital fixo --uma medida do investimento-- saltou 33,3 por cento nos nove primeiros meses do ano, ante alta de 33 por cento entre janeiro e agosto.
As vendas no varejo subiram 15,5 por cento nos 12 meses até setembro, acelerando ligeiramente ante o avanço de 15,4 por cento apurado até agosto. A produção industrial cresceu 13,9 por cento nos 12 meses até setembro, contra previsão de 13,3 por cento.
"Bons números. O crescimento econômico recuperou-se rapidamente", disse Wang Hu, analista do Guotai Junan Securities.
2010
Muitos analistas esperam um crescimento mais forte em 2010, devido à base de comparação relativamente fraca em 2009, à possibilidade de uma recuperação parcial das exportações líquidas e à continuidade do impacto dos estímulos ficais.
A previsão de analistas ouvidos pela Reuters em 18 de outubro era de crescimento de 9 por cento, mas muitos já revisaram para cima seus cenários.
Apesar da economia forte, a China está tecnicamente em deflação. Os dados desta quinta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor caiu 0,8 por cento em setembro sobre igual mês de 2008 e os preços no atacado recuaram 7 por cento.
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