Os Estados Unidos estarão "brincando com fogo" se optarem por declarar um breve default (calote) de sua dívida, afirmou hoje à agência Reuters Li Daokui, consultor do Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país). Um grupo de parlamentares republicanos têm defendido, nos EUA, a ideia de um breve default - ou seja, de um default técnico que adiaria o pagamento de juros por alguns dias.
Segundo Li, o governo chinês precisa dissuadir os EUA da ideia de default. A autoridade afirmou, no entanto, que a China ainda vai manter seus investimentos em títulos da dívida do governo norte-americano mesmo se isso ocorrer. A China é o maior comprador de bônus dos EUA.
FMI
O ministro de Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, afirmou hoje, depois de se reunir com a ministra das Finanças da França e principal candidata à diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, que a corrida para assumir o comando da instituição estava "aberta".
"Nós tivemos uma boa conversa. Ela explicou o propósito de sua candidatura. Eu ouvi com muita atenção", afirmou Yang. A reunião foi realizada em um complexo do governo chinês em Pequim, onde as autoridades estrangeiras são frequentemente hospedadas. A ministra francesa chegou a Pequim hoje para uma série de reuniões com importantes autoridades chinesas. O objetivo é persuadi-las a apoiar sua candidatura para o comando do FMI.
Ontem, Lagarde se encontrou com líderes indianos em Nova Délhi, que não revelaram publicamente se irão ou não apoiá-la. O ministro das Finanças da Índia, Pranab Mukherjee, disse que a escolha do diretor do FMI deverá ser baseada no "mérito" e na "competência".