O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o dirigente chinês, Hu Jintao, assinaram ontem, em Brasília, o Plano de Ação Conjunta 2010-2014, que foi apelidado de "PAC Chinês". O plano prevê empenho para posições convergentes em fóruns internacionais como Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Mundial do Comércio (OMC) e grupos econômicos, como o G-20 e o G-5, "para salvaguardar os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento".
O novo PAC numa referência ao Programa de Aceleração do Crescimento, para reforçar a infraestrutura brasileira defende a reforma da governança econômica global e das instituições econômicas/financeiras internacionais, a aplicação de medidas que levem à superação da crise financeira internacional e a retomada já da Rodada Doha (para a liberalização do comércio mundial).
Prega, ainda, a reforma da ONU e do seu Conselho de Segurança, o que foi comemorado pela diplomacia brasileira como um passo importante para fazer avançar a pretensão do país de obter uma cadeira permanente nesse conselho, já que a China é um dos seus atuais cinco integrantes.
Economia
Os dois países também incluíram no documento o exame do uso de moedas locais no comércio bilateral, apesar de o tema não ter avançado na prática durante as reuniões mantidas por representantes de Brasil e China.
O encontro Lula-Jintao foi considerado o mais importante em meio a outras reuniões bilaterais e de duas cúpulas de chefes de Estado, ontem, no Itamaraty: o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) e o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
O novo plano entre Brasil e China prevê uma série de parcerias além de econômicas e comerciais, estendendo-se às áreas cultural, educacional, de defesa e agrícola. Os textos resultantes do encontro fazem referência inclusive a um tema delicado na China: os direitos humanos. Prevê a promoção de "diálogo nessa área e a troca de melhores práticas".
Em declaração à imprensa depois de reunião bilateral com Hu Jintao, Lula cobrou que os empresários brasileiros sejam mais "arrojados" e que o Brasil passe a exportar valor agregado, em vez de priorizar o comércio de matérias-primas.
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