A China e a Índia concordaram em restaurar laços de defesa e tomarão medidas para aprimorar a balança comercial bilateral, disse o assessor indiano de Segurança Nacional, Shiv Shankar Menon, nesta quarta-feira.
Os países também estabelecerão um mecanismo de consulta para lidar com uma disputa territorial, disse Menon, sinalizando que os gigantes asiáticos estão dispostos a deixar de lado questões conflituosas para alinhar-se em plataformas globais como o G20.
Índia e China suspenderam laços militares no ano passado depois que Pequim negou um visto a um general indiano da Caxemira. A Índia também tem suspeitas sobre o relacionamento próximo da China com o Paquistão.
Mas Menon descreveu a reunião de 50 minutos entre o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, e o presidente chinês, Hu Jintao, como "muito produtiva, cordial, amistosa". Os líderes se encontraram antes da cúpula do Brics --que reúne também Brasil e Rússia, além do novo membro África do Sul-- em Sanya, no sul da China.
Os dois lados chegaram, a princípio, a um acordo para estabelecer um "mecanismo de trabalho para consulta e coordenação dos assuntos fronteiriços", acrescentou o assessor indiano.
"Isso lidará com importantes assuntos de fronteira relacionados à manutenção da paz e da tranquilidade", disse Menon, embora tenha acrescentado que, "na prática, essa é uma das fronteiras mais pacíficas que nós temos."
Índia e China travaram uma breve guerra por fronteiras em 1962 e uma série de negociações sobre o assunto nos últimos anos fez pouco progresso.
Ainda sobre laços de defesa, Menon disse que uma delegação de vários comandantes do Exército indiano visitará a China ainda neste ano.
Perguntado se isso pode significar exercícios militares conjuntos em algum momento, ele respondeu: "Pode, com certeza. Nós fizemos assim no passado e possivelmente faremos assim no futuro."
Singh também aceitou a oferta do presidente chinês para visitar a China em breve, gesto repetido por Singh e aceito por Hu, disse Menon.
Comércio
As relações comerciais entre os países também são difíceis. A Índia defende que o relacionamento favorece a China e teme que os chineses usem a economia indiana como local de despejo de importações manufaturadas baratas.
"O premiê falou de levar nosso relacionamento a outro nível, focando mais no investimento cruzado, e também falou sobre a China dar um acesso melhor ao mercado para as exportações indianas em TI, farmácia, produtos agrícolas e setores de engenharia", disse Menon.
Com o ímpeto de impulsionar comércio e investimento, China e Índia devem assinar na quinta-feira um acordo para ampliar linhas de crédito mútuas denominadas não em dólares, mas nas moedas locais dos Brics, disse uma fonte do Ministério das Finanças indiano à Reuters.
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