A China decidiu nesta quarta-feira dar um pequeno passo para tornar o iuan uma moeda internacional ao prometer permitir o uso de sua moeda no comércio entre algumas províncias e Estados vizinhos.
O Conselho de Estado, ou gabinete, informou que o iuan poderá ser usado em operações comerciais entre as regiões industriais dos deltas dos rios Pérola e Yangtzé e os territórios chineses de Hong Kong e Macau.
O conselho também afirmou que membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático poderão usar o iuan no comércio com as províncias de Guangxi e Yunnan, no sudeste da China.
O papel do iuan nas operações comerciais será implementado como um teste, informou o gabinete, não informando detalhes sobre como será implementado.
Atualmente, companhias chinesas e estrangeiras fazem a maior parte de seus negócios entre si em dólares e o restante em outras moedas importantes, como o euro.
Isso adiciona um nível de complexidade uma vez que as companhias chinesas têm de passar seus negócios pela Administração Estatal de Câmbio para conseguirem moedas para seus negócios, o que as expõe a risco cambial substancial.
Donald Tsang, líder de Hong Kong, afirmou na sexta-feira passada que a China tinha aceitado permitir que companhias "elegíveis" façam negócios em iuans em Hong Kong.
Pequim tem usado Hong Kong como laboratório para a globalização do iuan, permitindo que bancos chineses emitam bônus em iuan no território como parte do teste.
O gabinete chinês também anunciou que vai aumentar descontos em tarifas de valor agregado pagas por exportadores de alguns aparelhos eletrônicos e de máquinas de alta tecnologia, no mais recente movimento do tipo para apoiar as empresas do país diante da crise econômica global.
As exportações da China deram um susto no mercado quando registraram queda no ano até novembro pela primeira vez em mais de sete anos. Muitos economistas esperam uma deterioração mais séria das vendas externas do país diante do enfraquecimento de seus principais parceiros comerciais, os Estados Unidos e a União Européia.