A China sinalizou nesta terça-feira a intenção de combater o excesso de capital no sistema financeiro do país, elevando inesperadamente o rendimento de títulos em um leilão do banco central e prometendo controlar os fluxos especulativos.
As medidas sugerem uma preocupação crescente de Pequim com o aumento da liquidez nos mercados locais após a decisão do Federal Reserve de adotar uma nova rodada de compra de ativos. Para alguns analistas, isso significa que ações adicionais de aperto monetário na China podem vir antes do previsto.
As expectativas foram fomentadas por dois vice-presidentes do BC chinês dizendo que a atuação do Fed pode gerar bolhas de ativos e inflação e que as autoridades chinesas estão observando de perto a situação.
"A China ainda tem um ímpeto forte de rápida expansão de crédito", disse Du Jinfu, um dos vice-presidentes, resumindo os desafios que o BC enfrenta.
"Há, obviamente, um aumento dos riscos cíclicos macroeconômicos, como excesso de liquidez, inflação, dívida e bolhas de ativos", disse Du a uma conferência financeira.
Logo após as declarações, o banco central da China surpreendeu os mercados ao elevar o rendimento de títulos de um ano para tentar enxugar capital do sistema financeiro.
O país vendeu títulos com rendimento de 2,3437 por cento, mais de 5 pontos-básicos acima dos leilões realizados desde que o BC elevou a taxa básica de juro, em meados de outubro.
Analistas e operadores interpretaram a alta dos rendimentos como sinal de que a autoridade monetária pode elevar os juros novamente, ou aumentar o depósito compulsório de bancos.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Copom aumenta taxa de juros para 12,25% ao ano e prevê mais duas altas no próximo ano
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast