A China prometeu garantir crescimento em face da perspectiva "extremamente severa" para a economia global em 2012, de acordo com a conferência anual de definição de políticas concluída nesta quarta-feira com uma série de compromissos para prover estabilidade econômica.
Apresentando um plano para a segunda maior economia do mundo no próximo ano, Pequim prometeu manter a política monetária "prudente" e a política fiscal "proativa", ao mesmo tempo em que garantiu preços ao consumidor estáveis - discurso amplamente em linha com comentários anteriores.
Mas foi a visão da China sobre o quadro econômico global que sinalizou o desafio da política que pode vir à frente.
"Olhando para o próximo ano, a tendência da economia global como um todo é severa e complicada. As incertezas estão crescendo em torno da recuperação da economia mundial", informou um comunicado publicado na agência oficial de notícias Xinhua, após o fim da conferência anual.
O desejo de Pequim de minimizar esses riscos em âmbito doméstico foi visível em todos os planos econômicos apresentados, o que endossa amplamente uma decisão dos principais concessores de empréstimos do país, tomada na semana passada, de evitar grandes mudanças na política antes de uma crucial sucessão de liderança em 2012, que verá a saída dos dois principais líderes do país.
"Estabilidade significa manter basicamente estável a política macroeconômica, crescimento econômico relativamente rápido, preços ao consumidor estáveis e estabilidade social", disse um dos vários comunicados publicados pela agência Xinhua.
A cotação do iuan será mantida "basicamente estável", as reformas na taxa de juros e de câmbio vão continuar, medidas com o objetivo de acalmar o mercado imobiliário serão mantidas, as exportações serão mantidas estáveis, enquanto as importações serão impulsionadas para equilibrar a balança.
Economistas demonstraram confiança em suas avaliações iniciais sobre os pronunciamentos do único e mais importante encontro anual no calendário econômico da China.
Eles avaliaram o comprometimento com a estabilidade da demanda doméstica como um sinal da manutenção das políticas no ano que vem.
"Este ano é um drama muito menor", disse o economista do ING Bank de Cingapura Tim Condon. "Os comunicados foram muito menos temáticos do que no ano passado, quando eles mudaram de um afrouxamento moderado para uma postura prudente."
"Este é o caso de uma economia em que a política não precisa de ajuste, então eles estão apenas mantendo o curso."