A estratégia de mudar o foco da economia – de investimentos em infraestutura e setor imobiliário para o consumo – não avança no ritmo desejado pelo governo da China. O país está crescendo menos que o esperado.
“Ao longo da pandemia, quando o consumo foi mais atingido, as medidas de apoio governamental se concentraram em dar alívio às empresas, ao contrário do que ocorreu em muitas economias avançadas, que focaram nas famílias”, diz Sophie Altermatt, analista do banco suíço Julius Baer.
O resultado foi que a confiança dos consumidores caiu significativamente, e até agora não houve uma recuperação por completo, o que pesa sobre a demanda.
Esse cenário, segundo Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da ESPM, indica que a economia terá dificuldade de atingir a meta estipulada pelo Partido Comunista, que é de 5%. Neste mês, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) rebaixou sua projeção de alta do PIB chinês em 2023, de 5,1% para 4,6%.
“O baixo investimento, a expectativa econômica indicando para baixo, além de uma demanda internacional menor e com as exportações até julho caindo 14,5%, provocam uma queda muito forte na demanda pelos produtos chineses no mundo”, diz.
Mesmo com essa perda de ritmo na economia chinesa, o sócio líder do desk China da KPMG para a América do Sul, David Lau afirma o país asiático vai continuar sendo um dos maiores importadores mundiais de insumos básicos, porque precisa deles para seu mercado interno e exportações.
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