O número de projetos financiados pela China no Brasil atingiu o número recorde de 32 no ano passado de acordo com um estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) divulgado na terça (29). O volume representa um aumento anual de 14%.
Por outro lado, os investimentos diretos chineses no Brasil despencaram 78% em 2022, para US$ 1,3 bilhão, o valor mais baixo desde 2009.
Metade dos novos projetos chineses no Brasil no ano passado foram do setor elétrico, um segmento que, em termos de valor, representa 45% do importe total dos investimentos.
Em segundo lugar aparece o setor das tecnologias de informação (25% dos projetos), seguido por veículos automotores (6%), infraestrutura (6%), agricultura (6%), têxteis (3%) e materiais para uso médico e odontológico (3%).
Na perspectiva chinesa, o Brasil caiu para o nono lugar entre os destinos de investimentos do gigante asiático em 2022, enquanto em 2021 ficou em primeiro lugar na lista.
O Brasil foi ultrapassado por outro país latino-americano, a Argentina, que recebeu cerca de US$ 1,34 bilhão em investimentos em 2022, segundo o mesmo relatório.
A queda do investimento no Brasil, segundo o CEBC, “não reflete necessariamente a falta de interesse da China” em investir no país. Os autores do relatório observaram que a burocracia para a obtenção de licenças governamentais atrasou a implementação de alguns projetos, o que ajudou a limitar o volume de investimento chinês.
Foi o caso de um investimento de US$ 2,1 bilhões anunciado pela mineradora Honbridge, que não saiu do papel por não ter obtido a licença ambiental a tempo, segundo destaca o documento.
O estudo aponta, ainda, que há setores da economia brasileira que continuam promissores para os investidores chineses, como infraestrutura, tecnologia da informação, energia elétrica, veículos e baterias elétricas.
Entre 2007 e 2022, a China acumulou US$ 71,6 bilhões em investimentos no Brasil, em um total de 235 projetos, que estão majoritariamente concentrados nos setores de energia elétrica (35,7%), manufatura (23,4%) e tecnologia da informação (13,2%).
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