A China derrubou ontem o embargo à carne bovina brasileira. O anúncio ocorreu após encontro bilateral entre a presidente Dilma Roussef f e o presidente chinês Xi Jinping no Palácio do Planalto, em Brasília. Com o fim da restrição, o ministro da Agricultura, Neri Geller, espera que o Brasil venda para o parceiro de Brics até US$ 1,2 bilhão em carne bovina no próximo ano, fornecendo mais da metade do produto que a China compra de fora.
Segundo Geller, os negócios serão retomados dentro de um mês. O Brasil tem oito frigoríficos já habilitados para vender para a China. De acordo com o ministro, há nove na lista para serem habilitados. Inspetores chineses vêm para o país nos próximos dias para ver as condições dos abatedouros brasileiros.
A China impôs a barreira à carne bovina brasileira após um caso atípico da doença da vaca louca, no Paraná, confirmado em dezembro 2012. Nesse caso, o tipo da doença era o de menor risco à saúde humana -- quando o gado desenvolve o mal espontaneamente, sem ser infectado pela ração.
Em 2011, antes da restrição comercial, o Brasil exportou para a China US$ 37,7 milhões 15 vezes mais do que em 2009, quando a China abriu seu mercado para a carne bovina brasileira. Em 2013, a China comprou US$ 1,3 bilhão em carne bovina de todo o mundo. Agora, o governo brasileiro espera uma expansão de 30% a 35% nas compras do produto em 2014. É em cima dessa evolução nas importações de carne bovina por parte da China que o Brasil projeta a sua participação nesse mercado agora recuperado.
Se a expectativa se confirmar, as importações para a China vão representar cerca de 20% de toda a carne bovina que o Brasil vende -- em 2013, foram US$ 6,6 bilhões. O atual principal comprador é Hong Kong, região administrativa especial da China. No primeiro semestre, foram US$ 700 milhões de carne bovina brasileira.