As siderúrgicas chinesas devem resistir à tentativa da mineradora Vale de aumentar os preços do minério de ferro, afirmaram fontes nesta quinta-feira, indicando que não irão concordar facilmente com a proposta de reajuste de 20%.

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Quatro fontes na indústria siderúrgica chinesa confirmaram que a Vale enviou e-mail para clientes chineses para informar que ampliaria em 20% o reajuste de 65 a 71% dos preços do minério de ferro efetivo a partir de 1º de setembro. O aumento seria excepcional no meio do ciclo em que normalmente são negociados os reajustes.

Se aceito, o reajuste adicional colocaria o aumento do minério brasileiro em linha com o obtido por mineradoras australianas em julho. Isso colocaria mais pressão sobre uma indústria que tem dificuldades para repassar o custo mais alto das matérias-primas ao consumidor final.

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A maior siderúrgica chinesa, a Baosteel, que encabeça os termos de negociações para todas as siderúrgicas chinesas, está consultando o governo para uma resposta adequada depois de ser abordada pela Vale em meados de agosto, afirmou uma fonte da indústria.

"Não estamos propensos a aceitar o pedido. Os preços do minério de ferro estão cedendo nos últimos dias na China e um aumento de 20 por cento soa como um pedido inaceitável", afirmou outra fonte de uma grande siderúrgica chinesa, que preferiu não se identificar.

As empresas chinesas do setor preferiram não se pronunciar oficialmente sobre o assunto.

Uma forte queda nas taxas de frete, que tornaram os produtos brasileiros relativamente baratos em relação às cargas australianas, deu à Vale a oportunidade que precisava para pressionar por um aumento adicional, acrescentaram as fontes.

Na véspera, a Vale divulgou comunicado ao mercado afirmando que desconhecia o aumento adicional de 20 por cento após o assunto ter sido divulgado por uma publicação especializada. Procurada nesta manhã por conta da informação de fontes na China, a assessoria da Vale repetiu o teor do comunicado de quarta-feira.

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