O Chipre anunciou neste sábado que está pensando em confiscar um quarto do valor de grandes depósitos em seu maior banco, enquanto busca levantar fundos para obter um pacote de ajuda da União Europeia e evitar o colapso financeiro.
O ministro das Finanças do país, Michael Sarris, afirmou que "progressos significativos" foram feitos em negociações realizadas em Nicósia com autoridades da UE, do BCE (Banco Central Europeu) e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Ele confirmou que as discussões foram centradas na possível taxação de cerca de 25 por cento do dinheiro presente em contas com mais de 100 mil euros no Banco do Chipre, e expressou esperança de que o pacote possa estar pronto até o final do dia, para aprovação no Parlamento.
O Chipre tem na segunda-feira o seu prazo final para alcançar um acordo com a UE, ou o BCE diz que cortará o fluxo de recursos para os problemáticos bancos da ilha, causando a potencial saída da nação do bloco monetário europeu.
Em meio a sinais de melhora nas negociações, autoridades cipriotas e da UE disseram que o presidente do país, Nicos Anastasiades, espera se encontrar em Bruxelas, no domingo, com líderes europeus. Entre esses líderes estão o presidente do Conselho, Herman Van Rompuy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, além do chefe do BCE, Mario Draghi.
Van Rompuy e Barroso cancelaram um encontro entre UE e Japão em Tóquio a fim de tentar resolver a crise no Chipre. O Eurogroup se reúne a partir das 14h (horário de Brasília) no domingo para discutir o possível pacote de resgate ao país, afirmou o chefe do grupo que reúne ministros das Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem, em mensagem via Twitter.
"Progressos significativos foram feitos na direção de obter um acordo, pelo menos no nível da troika (de negociadores)", afirmou Sarris a jornalistas.
Um importante legislador disse à Reuters neste sábado que o Parlamento não deve se reunir antes do encontro com os ministros da zona do euro, na tarde de domingo, levando a crise ao limite do prazo.
Os mesmos parlamentares rejeitaram ferozmente na terça-feira uma proposta de confisco dos depósitos bancários, pensados para levantar os 5,8 bilhões de euros que a UE quer para aprovar o pacote de 10 bilhões de euros à ilha.