A República do Chipre, que acaba de confirmar a existência de uma jazida de gás em suas águas territoriais, recebe o Ano Novo com grande esperança no futuro, vendo as portas abertas para auto-suficiência energética e com a intenção de tornar-se fornecedor da União Europeia (UE).
A descoberta de sete trilhões de pés cúbicos de gás, anunciada oficialmente esta semana, foi qualificada como "histórica" pelo porta-voz do governo cipriota, Stefanos Stefanou.
"Trata-se de uma elevada quantidade em escala mundial, considerando também que foi encontrada em apenas um dos 13 blocos que dispomos", comentou Stefanou à Agência Efe.
O porta-voz destacou que graças à descoberta muitos investidores voltam seu olhar para o país, não só para participar das licitações de prospecção que acontecerão já em 2012, mas também são várias as companhias que mostraram "interesse pelo armazenamento e pela distribuição de combustíveis no Chipre".
Isso porque os analistas estimam que na área de prospecção do Chipre, de 51 mil quilômetros quadrados, distribuída em 13 blocos, serão descobertas novas jazidas de gás, e até mesmo petróleo.
Calculam que os sete trilhões de pés cúbicos de gás encontrados representam apenas 10% do total de gás da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da República do Chipre.
Metano
A ministra de Comércio, cipriota, Praxoulla Antoniadou, ressaltou que o gás é "metano puro de ótima pressão" e estimou seu valor em torno de US$ 100 bilhões.
Quem também comemorou a descoberta foi a empresa americana Noble, encarregada pelo Governo cipriota de realizar os trabalhos de prospecção.
O gerente da filial da Noble no Chipre, John Tomich, confirmou à imprensa local a vontade de sua companhia de liderar a exploração do gás cipriota.
Segundo Tomich, o volume encontrado seria suficiente para cobrir as necessidades energéticas nacionais durante os próximos 210 anos, e justifica um grande investimento para construir a infraestrutura que permita liquidificar o gás e destinar parte do mesmo à exportação.
Neste sentido, o governo cipriota, que assinou um convênio em 2010 com Israel para estabelecer a demarcação da fronteira marítima e das zonas econômicas exclusivas de ambos Estados, não exclui a possibilidade de colaborar no setor energético com o país vizinho.
Sem dúvida, a localização geográfica do Chipre na encruzilhada entre Oriente e Ocidente constitui um privilégio para esta pequena ilha, único membro da UE no extremo mediterrâneo oriental.