O Banco Central do Chipre descongelou um parte dos enormes depósitos no maior banco do país, agindo gradualmente para relaxar os controles que estabeleceu a fim de evitar uma fuga de capital durante a crise bancária da ilha.
O banco central disse que estava liberando 10% dos depósitos acima de 100 mil euros no Banco do Chipre para permitir que empresas e pessoas físicas acessem parte de suas poupanças, que estavam efetivamente bloqueadas por mais de duas semanas.
O anúncio ocorre após os bancos do Chipre retomarem as operações pelo quinto dia útil desde que os controles de capital foram adotados e o país começou uma reestruturação de seu setor bancário. Como parte de um socorro de 10 bilhões de euros (US$ 13 bilhões) aprovado por seus pares da zona do euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Chipre fechou a sua segunda maior instituição de crédito, o Banco Popular do Chipre, e está transferindo ativos saudáveis para o Banco do Chipre, que está realizando sua própria reestruturação.
Os grandes depositantes estão enfrentando perdas pesadas como resultados dessas reformas. No Banco do Chipre, o governo disse que os depositantes enfrentarão um prejuízo imediato de 37,5% sobre os depósitos. Essas perdas poderão aumentar para até 60% após a auditoria final ser completada, provavelmente em alguns meses.
Na terça-feira, as autoridades relaxaram os controles para ajudar as empresas a cumprirem os pagamentos. O Ministério das Finanças decretou que as transações comerciais de até 25 mil por dia por conta não estão mais sujeitas às restrições. Anteriormente, o limite sobre essas transações era de 5 mil euros.
O Ministério das Finanças afirmou também que os órgãos públicos, como municípios ou empresas estatais poderão depositar cheques em bancos pela primeira vez desde 16 de março, que marcou o início de um fechamento de emergência dos bancos, que durou quase duas semanas.
A Bolsa de Valores do Chipre parou também de operar durante a crise, retomando as operações ontem. As informações são da Dow Jones.