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Chuva alivia reservatórios no PR

Veja um balanço do nível dos reservatórios do Rio Iguaçu no ano de 2010 |
Veja um balanço do nível dos reservatórios do Rio Iguaçu no ano de 2010 (Foto: )

Após seis meses em queda, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas do Rio Iguaçu, os principais do estado, voltaram a subir neste mês. Graças às fortes chuvas do início da semana passada, os lagos avançaram 15 pontos porcentuais em apenas sete dias e atingiram no último domingo 59% de seu volume máximo, retornando aos patamares em que estavam três meses atrás. Em Curitiba, onde ficam as nascentes do Iguaçu, choveu 258 milímetros de 1.º a 19 de dezembro, segundo o Instituto Simepar – 72% a mais que a precipitação considerada normal para todo o mês (150 mm).

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível atual das represas do rio é o dobro do registrado há um mês (29%). Mas, em razão dos vários meses de pouca chuva, a marca é a mais baixa para esta época do ano desde 2006, quando uma longa estiagem baixou os reservatórios para apenas um terço de sua capacidade máxima.

De todo modo, o cenário do armazenamento de água já é bem mais tranquilo. Na média da Região Sul, as represas subiram de 50% para 61% do volume máximo entre 12 e 19 de dezembro, afastando-se do nível considerado de risco para esta época (13%). Nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, a situação é um pouco mais apertada, mas não chega a ser alarmante – os lagos dessas regiões ocupam cerca de 42% da capacidade total, contra um nível de risco de 10%.

Menos térmicas

A melhora das condições do Sul permitiu ao ONS desativar algumas termelétricas que vinham funcionando nos últimos meses para poupar os reservatórios das hidrelétricas. Uma das desligadas foi a UEG Araucária, na região metropolitana de Curitiba, que pertence à Copel e é operada pela Petrobras. Movida a gás natural importado da Bolívia, a térmica teve sua produção reduzida gradativamente desde o início do mês, e gerou energia pela última vez na quarta-feira passada.

Com menos térmicas funcionando, a participação desse tipo de energia no total gerado no país está em queda. Depois de oscilar entre 12% e 14% de agosto a novembro, a fatia das termelétricas começou este mês próxima de 11% e, nos últimos dias, tem variado entre 7% e 8% da geração elétrica nacional.

Despesas triplicam

O uso de termelétricas – cujo custo é superior ao das hidrelétricas – está mais baixo nas últimas semanas, mas ainda assim o brasileiro terá uma conta alta a pagar por ele no ano que vem. Segundo estimativa da Associação Brasi­leira de Grandes Consumi­dores Industriais de Energia (Abrace), a operação das térmicas para assegurar a segurança energética do país custou R$ 647 milhões de janeiro a novembro, quase o triplo do valor gasto em todo o ano passado – R$ 235 milhões, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Incluindo na conta os subsídios às regiões ainda não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que dependem exclusivamente de termelétricas, o desembolso total subiu de R$ 521 milhões no ano passado para R$ 1,54 bilhão nos 11 primeiros meses de 2010. Esse valor será pago pelo consumidor ao longo do próximo ano, diluído nas faturas das distribuidoras de todo o país. No caso da Copel, o efeito aparecerá no reajuste marcado para junho de 2011.

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