Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Expedição Safra

Chuva atrasa colheita do trigo e plantio da soja

Equipe da Expedição em vistoria à lavoura de trigo do produtor Idacir Giacomin, de Vitorino (Sudoeste). | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Equipe da Expedição em vistoria à lavoura de trigo do produtor Idacir Giacomin, de Vitorino (Sudoeste). (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Apontado como um dos melhores dos últimos anos para a agricultura, o clima nesta semana resolveu incomodar. A chuva, que cai em praticamente todo o estado, começa a atrapalhar as operações de plantio do ciclo de verão e a colheita do que ainda resta do trigo. No Sudoeste do Paraná, onde as precipitações não dão trégua há quase duas semanas, o produtor já teme pela qualidade do grão, que começa a cair.

A boa notícia é que a colheita está concluída em 80% dos 1,14 milhões de hectares destinados à cultura no estado. O número é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), que destaca o alto rendimento das lavouras. O último relatório do órgão aponta para uma produtividade média de 2.700 quilos por hectare. Em algumas regiões, como no pólo regional de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, esse resultado salta para 3.300 quilos/ha. Existem propriedades com média de 4.000 quilos/ha.

No Sudoeste, os produtores visitados pela Expedição Safra 2008/09 também estão em linha com o Deral. Nos municípios de Pato Branco e Palmas, a equipe de técnicos e jornalistas encontrou produtores colhendo 3.200 quilos/ha. O desempenho é reflexo do clima favorável, que deve colaborar para a produção total do estado ultrapassar as 3 milhões de toneladas, quase 60% do volume a ser colhido no país. No Paraná, a média histórica sempre flutuou entre 2.400 e 2.500 quilos/ha.

A mesma preocupação no Sudoeste incomoda no Sul e nos Campos Gerais, onde uma das equipes da Expedição encontrou produtores apreensivos. Eles estão prevendo rendimento acima da média, mas o excesso de chuva pode fazer o alimento virar ração e, com isso, perder valor. Mesmo depois de dois três dias de sol, a colheita só pode ser iniciada por volta das 11 horas, por causa da umidade.

A expectativa do setor é concluir a tarefa o quanto antes, no máximo em três semanas. "O custo subiu um terço e os preços estão ruins. O aumento da produtividade, com uma qualidade boa, é que vai permitir que o produtor cubra os gastos", avalia o triticultor Ricardo Wolter, de Carambeí, que teve de interromper a colheita terça-feira.

Em Coronel Vivida, a 40 quilômetros de Pato Branco, o produtor Euclides Munareto está, literalmente, colhendo à prestação. Com o trigo maduro, ele aproveita os poucos dias sem chuva para avançar, mesmo que aos poucos, numa área de 240 hectares de lavoura. "Fica difícil e também demorado colher com muita umidade. Mas, não tem outro jeito. Preciso tirar o trigo antes que a chuva estrague toda a produção."

Para as próximas 72 horas, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de templo nublado e com chuva em todo o Paraná. O ritmo de implantação da soja e do milho também vem sendo prejudicado. Conforme o Deral, a oleaginosa se aproxima dos 40% do plantio e o cereal, 90%. No ano passado, segundo levantamento da Expedição Safra, o Paraná plantou 4 milhões de hectares de soja e 1,35 milhão de milho.

Expedição

A Expedição Safra da Rede Paranaense de Comunicação (RPC) concluiu nesta semana o trabalho de campo da 1ª fase do levantamento da produção de grãos 2008/09. A segunda etapa ocorre entre fevereiro e março, quando a equipe de jornalistas e técnicos das entidades parceiras volta a campo para o balanço final do ciclo. A estimativa de safra projetada pela Expedição será conhecida no dia 11 de novembro.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.