As chuvas dos últimos dias ajudaram a baixar as temperaturas e, com isso, o consumo de energia elétrica. Mas não foram suficientes para elevar os níveis dos principais reservatórios de hidrelétricas, o que mantém a apreensão em torno do abastecimento de energia.
No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que inclui a hidrelétrica de Itaipu e detém 70% da capacidade de armazenamento do país, as represas baixaram de 35,6% para 35,4% do volume máximo de sexta-feira passada até domingo (16) (último dado disponível). E a previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é de que o porcentual recue mais um pouco nos próximos dias, encerrando o mês em 34,2%.
Na Região Sul, os lagos baixaram de 43% para 42,5% da capacidade desde sexta-feira, e devem recuar para 41,6% até o dia 28, segundo a projeção do ONS. No Nordeste, onde os reservatórios se mantiveram em 42,4% do volume máximo nos últimos dias, a previsão também é de ligeira queda até o fim do mês, para 41%. O único subsistema onde as represas estão enchendo é o da Região Norte, que, no entanto, responde por apenas 5% da capacidade de armazenamento do país.
A situação levou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a admitir na segunda-feira que o cenário hidrológico deste ano "talvez seja um pouquinho pior que em 2011", o ano do racionamento. Mas, segundo ele, desta vez o país tem mais estrutura para enfrentar a falta de chuvas.
Menos consumo
Como o calor deu uma trégua, o consumo de energia acabou recuando nos últimos dias o que diminui o risco de blecautes causados por sobrecarga do sistema. Na segunda-feira, a carga do Sistema Interligado Nacional foi de 67 mil megawatts médios, quase 9% inferior à registrada sete dias antes (73,3 mil megawatts médios).
