A chuva que caiu no início desta quinta-feira (3) em diversos municípios do Paraná levou os movimentos e sindicatos ligados aos petroleiros a suspender um atraso na troca de turno na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária. A decisão foi tomada porque a reunião de funcionários ocorre ao ar livre e a chuva atrapalharia e poderia acarretar baixa participação. Os manifestantes, no entanto, mantiveram um ato público para esta quinta, que deve ocorrer às 16h30, na Boca Maldita.

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Atos idênticos, com o objetivo de convidar os trabalhadores para participar de protestos públicos que serão realizados durante a tarde, ocorreram no início da manhã na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul; e nos terminais Transpetro de Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí. Nestes dois últimos, estava previsto o atraso no carregamento de alguns caminhões, mas o sindicato que organiza o protesto não tinha informações sobre a ocorrência do problema até as 9h20.

As informações foram repassadas pelo presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro), Silvaney Bernardi. Ele relata que a mobilização ocorre porque o leilão do Campo de Libra entrega à iniciativa privada algo que, na opinião da entidade, deveria estar sob o controle do estado. "Colocando na mão do setor privado, o ritmo de produção será determinado pelas empresas e a tendência é exportar todo esse petróleo cru, ao contrário da estratégia da Petrobras, que tende a trabalhar com o refino e também de encomendar equipamentos nacionais para construir as plataformas", disse.

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O sindicato se mobiliza, ainda, contra o Projeto de Lei nº 4.330, que regulamenta a terceirização. Os trabalhadores também cobram da Petrobras duma proposta para renovação do acordo coletivo de trabalho. Segundo o sindicato, a data-base venceu em 1º de setembro, e a Petrobras ainda não apresentou proposta. "Nossa intenção é promover atos reunindo várias entidades dos funcionários do petróleo. Pretendemos ampliar a adesão para termos mais força."

Procurada nesta quinta-feira (3), a Petrobras respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não tem posicionamento sobre o assunto. Nesta quinta, junto com as manifestações, a Petrobras completa 60 anos.

Leilão

O leilão, previsto para 21 de outubro, é organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O consórcio que vencer a disputa terá que fazer um pagamento imediato de R$ 15 bilhões e firmar o compromisso de investimento mínimo de R$ 610 milhões nos primeiros quatro anos. A previsão é que Libra esteja produzindo 1 milhão de barris por dia em 2020, metade do que a Petrobras levou 60 anos para obter.

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