O grande volume de chuvas registrado neste começo de ano fez com que o preço de verduras e de legumes disparasse em Londrina. Alguns hortifruti chegaram a dobrar de preço. Uma caixa de couve-flor com 12 unidades, que era vendida a R$ 30 há duas semanas, é encontrada por R$ 60 nesta quarta (16), na Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) no Município.
Segundo o gerente da unidade, Paulo César Venturin, os preços tiveram um aumento considerável desde 9 de janeiro. O preço das folhosas, como alface, couve e almeirão, aumentou entre 80% e 100%. Entre os legumes, o reajuste foi menor, mas ainda assim expressivo, entre 60% e 80%. "A chuva não deixa o produtor colher. E quando colhe, o produto está com qualidade muito baixa", explicou Venturin.
O aumento nos preços é consequência direta da queda de produção ocasionada pelo volume de chuva. De acordo com Venturin, a quebra na colheita do alface, por exemplo, foi de mais de 60%. "Uma caixa com nove cabeças custava R$ 8, às vezes R$ 9 na semana passada. Hoje [quarta-feira], a mesma caixa está cotada a R$ 16. Isto porque os produtores que traziam em torno de cem caixas, agora, quando muito, trazem 40", detalhou.
O gerente comercial de uma das bancas da Ceasa, Yudi Yoshida, sentiu a alta nos preços. "Os produtos têm de ser colhidos às vezes sem tanta qualidade, porque se for deixado vai estragar no pé. A quantidade colhida diminui e isso joga o preço lá no alto. As pessoas reclamam do preço e as vendas diminuem." Supermercados que compravam 20 caixas de alface, por exemplo, agora levam apenas cinco. "Isso vai refletir no preço lá para o consumidor final, que acaba tendo de substituir alguns produtos."
O agrônomo da Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Londrina Gervásio Vieira confirmou à reportagem que as hortaliças são as mais prejudicadas pelas chuvas fortes. "São plantas muito sensíveis. Se chove granizo, o que é comum nesta época, tritura as folhas. Se vem uma onda de calor depois da chuva, o mormaço cozinha a planta. Se o volume de chuva é muito grande acaba até mesmo arrancando o pé da terra", detalhou.
Nas contas do gerente comercial Yudi Yoshida, com uma semana de tempo firme os preços tendem a voltar ao normal. A má notícia é que, de acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, as condições do tempo não devem mudar por pelo menos quatro dias. A previsão é de pancadas de chuvas até domingo (20).
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