A 99, empresa de transporte urbano da chinesa DiDi Chuxing, fez parceria com a prefeitura de Porto Alegre (RS) para que um aplicativo de inteligência artificial ajude na gestão dos semáforos na cidade gaúcha. Por meio de um mapa de fluidez, a prefeitura vai receber dados sobre as principais avenidas das cidades e sugestões sobre quando alterar o tempo dos semáforos para otimizar os deslocamentos. As informações de trânsito são enviadas automaticamente ao sistema pelo GPS dos motoristas do aplicativo da 99.
Na primeira etapa do projeto, 1.300 semáforos serão monitorados pela empresa. Até o momento, foram 300. “Com os dados, a prefeitura terá mais ferramentas para intervir estrategicamente no trânsito e implementar melhorias para a cidade. Porto Alegre está muito aberta para inovação”, afirma Miguel Jacob, gerente de políticas públicas da 99.
De acordo com o executivo, a empresa iniciou as conversas com a prefeitura de Porto Alegre em 2017, antes da aquisição pela DiDi. Outras cidades estão no alvo da 99, mas Jacob garante que prefere “calibrar” o projeto piloto antes de expandi-lo. “O sistema foi criado em parceria com engenheiros e cientistas da Universidades de Michigan e da Califórnia (EUA) e aprimorado com o poder público de cada cidade. Essa é a primeira vez que implantamos o sistema fora da China”, detalha.
Na segunda etapa do projeto, prevista para o final deste ano, Jacob promete uma otimização sistêmica dos semáforos. Ou seja, a empresa vai sugerir o tempo ideal para o sinal vermelho, amarelo e verde. “Teremos de fazer uma simulação de trânsito com outras vias para garantir uma fluidez total da cidade. Nesta fase, usaremos muita inteligência artificial e machine learning”, explicou o gerente.
Na China, os cientistas de dados da DiDi trabalham com governos locais de 20 cidades. Segundo a gigante de mobilidade, em Guangzhou, cidade de Hong Kong, a ferramenta reduziu o congestionamentos das vias e aumentou em 42,3% a velocidade média dos principais corredores de tráfego.
Compartilhamento de dados
Com proposta diferente da 99, a Uber lançou em abril uma plataforma de compartilhamento de dados (https://movement.uber.com) que oferece aos usuários o tempo médio de percurso entre diversas regiões metropolitanas do mundo, calculado a partir de viagens realizadas por motoristas do aplicativo nos últimos três anos. Por enquanto, o sistema está disponível apenas para a capital paulista.
“O objetivo do Movement é contribuir com o trabalho de gestores públicos, planejadores urbanos, pesquisadores e interessados em mobilidade. Com os dados, é possível avaliar com eficiência o impacto de diferentes políticas e tomar decisões fundamentadas sobre investimentos em infraestrutura”, afirma Ivo Corrêa, diretor de regulação da Uber na América Latina.
No mês passado, a empresa também apresentou nos EUA uma nova interface que vai integrar as viagens de carro com o transporte público. A nova versão do aplicativo deve estar disponível para os usuários do Brasil ainda este mês.
