Psiquiatra com 23 anos de atividade médica, o prefeito de Umuarama, Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, conhece bem a psicologia de sua cidade. "É um município fraterno e, graças à vinda para cá de gente de todo o Brasil, também bastante aberto à interação com outras culturas", diz ele. "Fraternidade mais interação é uma soma muito positiva." O que falta, então, para Umuarama entrar de forma definitiva no rumo do desenvolvimento? Azevedo responde a essa e a outras perguntas na entrevista a seguir.

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Umuarama já viveu um momento de maior prosperidade econômica, nos anos 1970 e 1980. É possível recuperar esse caminho?Tivemos um momento muito positivo quando era forte a cultura do café. Com a erradicação do café, depois das grandes geadas, as terras foram ocupadas com pastagem, com grande propriedades rurais. Muitos proprietários perderam sua terras para o sistema financeiro. Bancos tinham propriedades enormes no município, com gado, mas isso não gera desenvolvimento, riqueza, trabalho. Nos últimos dez anos, porém, o município vem se recuperando. Muitas dessas terras foram arrendadas a produtores de grãos, principalmente de soja. A agricultura familiar foi retomada, o próprio rebanho tem melhorado sua qualidade, o que tem propiciado a boa comercialização da carne. Além disso, hoje temos um forte núcleo industrial de alimentos. A soma desses fatores cria uma expectativa muito boa. É claro que ainda temos problemas, como uma arrecadação muito pequena.

Esse problema na arrecadação traz que tipo de conseqüências?Limita nossa capacidade de investir. Com o que arrecadamos e as transferências dos governos federal e estadual, somamos cerca de R$ 75 milhões, mas isso dá apenas para a manutenção. Para todo o investimento que precisamos fazer, por exemplo em infra-estrutura, como um centro de eventos e postos de saúde, temos de buscar financiamento.

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O que a prefeitura tem feito para tentar driblar essas limitações orçamentárias?Com o refinanciamento da dívida ativa, que soma R$ 32 milhões, tentamos recuperar parte do dinheiro que o município tem a receber. E buscamos dinheiro de outras fontes. Com recursos do Paraná Urbano, por exemplo, pretendemos investir em postos de saúde e no recapeamento do asfalto do centro da cidade.

Que outros projetos o senhor desenvolveu neste primeiro ano de mandato?Fizemos uma reforma administrativa e diminuímos de 19 para 7 o número de secretarias. Tínhamos Secretaria de Abastecimento, Distrital e até de Ação Parlamentar, para o relacionamento com os vereadores. Neste ano estamos investindo maciçamente em educação infantil. Temos 7 mil crianças na idade de até 6 anos e apenas 1,7 mil vagas em creche. Ou seja, mais de 5 mil crianças fora da educação infantil, e nós queremos incluir todas elas. (FC)