Nem os economistas se entendem sobre como a economia vai reagir à abertura do processo de impeachment. O fato de haver um horizonte para ela se resolver, com o próprio impeachment ou o fortalecimento da presidente Dilma. Há visões mais otimistas e outras pessimistas sobre o futuro do país após essa semana.
Estamos vivendo o fim de uma hegemonia política, de muito sucesso até pouco tempo atrás, que criou um vácuo na oposição. De repente, esse vazio cria realmente uma sensação de terra de ninguém. A grande maioria que está no mercado nunca viveu isso. Se a pessoa não tem a imagem de momentos semelhantes para tomar como referência, parece que é o fim do mundo. E não é verdade.
Estamos vivendo uma recessão profunda, séria, com a situação fiscal se deteriorando e com a derrubada da confiança, na maior crise em muito tempo e que vai continuar no ano que vem. Estamos prevendo nova queda do PIB de 3,1% no ano que vem. O processo de impeachment vai influenciar de alguma maneira o que acontece na economia. Mas o pior cenário é a crise política não se resolver.
Nenhum roteirista de novela faria um enredo tão complexo como a atual situação econômica do país. Na verdade, nem mesmo os brasileiros, em geral, entendem muito bem. Agora começam a se dar conta do tamanho do problema que o governo levou à economia. Muitos estrangeiros não entendem como o Brasil foi se perder tão rápido.
A crise foi agravada quando, diante da baixa popularidade da presidente, algumas pessoas e a oposição resolveram discutir a ideia do impeachment. Agora a coisa está iniciada. Acredito que vai terminar bem para a Dilma e ela vai poder governar mais tranquilamente. Está muito difícil governar o Brasil porque estamos numa recessão muito grave e profunda.
Este novo fato coloca novos elementos na equação política, e isso vai polarizar as decisões do Congresso nos próximos meses. Enquanto isso, o Brasil tende a perder produção, fechar empresas e a aumentar o desemprego, o que é um desastre.
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