Os cinco mil trabalhadores da fábrica da montadora Renault em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, entraram em greve por tempo indeterminado na manhã desta sexta-feira (4), depois de rejeitar uma proposta de reajuste salarial feita pela empresa. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a decisão teve a aprovação de mais de 90% dos funcionários, em assembleia realizada nas portas da fábrica.
Para José Roberto Athayde, secretário do SMC, a proposta da Renault ficou muito distante daquilo que a categoria pede. "Ficaremos com as atividades paralisadas até que nos ofereçam algo melhor", diz. O sindicato pede um reajuste de aproximadamente 11%, abono salarial de R$ 2 mil em setembro, além da elevação do piso da categoria para R$ 1,5 mil. A última proposta feita pela empresa foi de um reajuste de 4,7% (referente à reposição das perdas inflacionárias do último ano), e um abono de R$ 1,5 mil, sem elevação do piso.
A montadora confirma a paralisação total na fábrica. Segundo a assessoria de imprensa da Renault, a direção da companhia sempre manteve diálogo com os trabalhadores e se mostrou surpresa com a atitude dos metalúrgicos. Nesta manhã, segundo a empresa, funcionários bloquearam os portões do parque industrial, de modo a impedir totalmente as atividades.
Conforme dados da própria montadora, a fábrica de São José dos Pinhais produz em média 650 veículos de passeio por dia, além de 180 utilitários.
Volkswagen também está parada
Na fábrica da Volkswagen/Audi, também em São José dos Pinhais, os trabalhadores paralisaram as atividades na quinta-feira (3) depois de um impasse nas negociações com a empresa. Os funcionários reivindicam 10% de reajuste e abono de R$ 2 mil já em setembro, além de elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil. Hoje, o piso na empresa é de R$ 1.250.
Na última reunião de negociação, entretanto, a montadora não teria apresentado proposta. Uma nova rodada de negociação entre a montadora e representantes da categoria deve acontecer na próxima terça-feira (8).
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Volkswagen por volta das 9 horas, mas a montadora ainda não tinha um posicionamento sobre a greve para divulgar.