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IBGE

Cinco municípios concentravam um quarto da renda do país em 2006

Um quarto de toda a renda gerada no país estava concentrada, em 2006, em apenas cinco municípios, de um total de 5.564: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Além disso, numa análise mais ampla, 50 cidades, onde residiam mais de 30% da população brasileira, eram responsáveis pela metade de toda a riqueza produzida no país. Por outro lado, os 1.359 municípios que ocupavam a base da pirâmide, na última faixa de participação relativa do Produto Interno Bruto (PIB), respondiam por 1% de toda a geração de renda e concentravam 3,4% da população.

Os dados fazem parte da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios Brasileiros 2003-2006, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desenvolvido desde 2000, o PIB dos Municípios é um estudo realizado em parceria com os órgãos estaduais de estatísticas, secretarias estaduais de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O levantamento traz os resultados do valor adicionado da agropecuária, indústria, serviços e administração pública, entre outros.

Em 2006, segundo a pesquisa São Paulo, somava 11,94% das riquezas, seguido pelo Rio de Janeiro (5,4%), Brasília (3,78%), Belo Horizonte (1,38%) e Curitiba (1,36%).

De acordo com o documento, "esses números mostram a concentração da geração interna da renda e também a difusão espacial na produção da riqueza". Trata-se de uma realidade que, quando comparada à do ano de 2002, manteve-se praticamente inalterada. Naquele ano, apenas quatro municípios já agregavam 25% do PIB e 48 municípios eram responsáveis por metade da renda gerada no país.

O estudo também aponta que o conjunto de capitais brasileiras representavam 34,4% da renda nacional, com destaque para a Região Sudeste (19,4%), seguida pelo Centro-Oeste (5,1%), Nordeste (4,5%), Sul (2,9%) e Norte (2,5%).

Outro dado revelado pelo levantamento confirma as disparidades da distribuição da renda: os 10% dos municípios com maior PIB em 2006 chegavam a gerar 24,4 vezes mais riqueza do que os 50% dos municípios com menor PIB.

Quando se observam apenas as Regiões Norte e Nordeste, o modelo se repete. Na maioria dos estados, os cinco maiores municípios concentravam mais do que a metade do PIB estadual. Já no Sudeste, embora não se tenha verificado padrão específico, os cinco maiores municípios do Espírito Santo e do Rio de Janeiro concentravam mais de 65% do PIB de seus estados. Nas Regiões Sul e Centro-Oeste essa concentração era bem menor, exceto em Mato Grosso do Sul (55,3%).

O levantamento indica que entre os municípios que individualmente respondiam por pelo menos 0,5% do PIB nacional em 2006, em relação a 2005, os maiores ganhos de participação percentual foram verificados em Campos dos Goytacazes (RJ), influenciado pelo aumento de produção de petróleo e gás natural e à alta do preço do barril; Betim (MG), com a expansão na indústria automobilística, de autopeças, no refino do petróleo e do comércio atacadista; Barueri (SP), puxado pela atividade industrial, serviços de informação e comércio; Manaus (AM), influenciado pelo desempenho do Pólo Industrial do Amazonas; e Guarulhos (SP), com destaque para os segmentos de máquinas e de equipamentos, metal-mecânico e material elétrico.

O estudo revela ainda que os cinco municípios de menor PIB em 2006 foram: São Félix do Tocantins (TO), Quixabá (PB), Olha d´Água do Piauí (PI), São Miguel da Baixa Grande (PI) e Santo Antônio dos Milagres (PI). Juntos, eles respondiam, em 2006, por 0,001% do PIB total do país.

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