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A história do Cirque começou há três décadas como uma alternativa aos circos que tinham shows de animais | Divulgação/Cirque du Soleil
A história do Cirque começou há três décadas como uma alternativa aos circos que tinham shows de animais| Foto: Divulgação/Cirque du Soleil

Um grupo especializado em compras de participações acionárias em empresas chegou um acordo, nesta segunda-feira (20), para comprar o Cirque du Soleil, a famosa trupe de circo de Montreal que se tornou um sucesso internacional. O negócio está avaliado em 1,5 bilhão de dólares canadenses (cerca de R$ 3,7 bilhões), de acordo com uma pessoa com conhecimento da transação.

A firma americana TPG está entre as companhias que formam o grupo e vai comprar a participação majoritária, enquanto a Fosun da China e o fundo de pensão e investimento de Quebec vão levar posições minoritárias. O fundador do Cirque, Guy Laliberté, vai manter uma pequena participação.

A aquisição vai ajudar, em parte, o Cirque a entrar no mercado chinês, onde tem problemas. Em 2012, uma grande produção da trupe em Macau foi encerrada prematuramente devido à baixa presença do público.

A Fosun, que faz parte do grupo que é dono da rede Club Med, tem investido pesadamente em negócios de entretenimento e lazer. Ela planeja abrir um escritório na China para fazer com que o Cirque cresça por lá.

“Nós estamos animados com a oportunidade de trazer nossa plataforma global de recursos e know-how para impulsionar o crescimento da marca, conteúdo e capacidades únicas do Cirque ao redor do mundo”, disse, em comunicado, David Trujillo, um parceiro da TPG.

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Impasse

A venda vai ser politicamente delicada em Quebec, onde o Cirque tem sua sede e é um grande empregador. Em 2012, a província efetivamente bloqueou o acordo pelo qual a Lowe compraria uma empresa baseada em Quebec.

A inclusão de um fundo de pensão canadense no negócio, que só foi alcançado no final de semana, pode ajudar a afastar tais preocupações. O anúncio da aquisição também tentou enfatizar o compromisso com a herança, citando “a vibrante comunidade criativa de Montreal”. O negócio também inclui garantias de que a sede e o “centro de serviços criativos e artísticos” vão continuar em Montreal.

Trajetória

A história do Cirque começou há três décadas como uma alternativa aos circos que tinham shows de animais. Laliberté misturou elementos de dança, performances de arte e alta tecnologia cênica com acrobacias circenses tradicionais. Atualmente, a trupe tem 17 produções em cartaz nas Américas do Norte e do Sul e na Europa.

O caminho para a venda começou mais de oito anos atrás, quando a economia global começou a se enfraquecer, contou Laliberté em uma coletiva de imprensa nesta segunda. Em 2008, uma fatia do Cirque foi vendida a investidores de Dubai, que iriam fornecer fundos para ampliar a expansão internacional da companhia.

Ao mesmo tempo, Laliberté deixou o comando diário do Cirque para passar tempo com sua família e focar em empreendimentos pessoais.

Foi então que a crise financeira mundial chegou, e os investidores de Dubai não conseguiram prover os fundos necessários, e Laliberté comprou de volta os 20%. “Pela primeira vez, depois de 25 anos de crescimento constante, nós passamos por uma crise”, contou Laliberté.

Crise

Um fechamento forçado pelo tsunami de 2011 no Japão levou ao cancelamento de uma grande produção lá. Outros shows ao redor do mundo não atraíram público suficiente ou foram tão caros que os lucros foram mínimos.

Em 2012, Laliberté voltou a assumir o comando e ordenou uma revisão estratégica. A companhia cortou US$ 100 milhões em custos anuais.

Na entrevista, o novo diretor do Cirque, Mitch Garber, um homem de negócios de Quebec próximo à TPG e a Laliberté, descreveu a companhia como “muito lucrativa”. Em 2014, Laliberté, disse que o Cirque teve receitas anuais de 850 milhões de dólares canadenses.

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