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Impacto

Setor hoteleiro é o grande beneficiado

Um dos setores mais beneficiados pela temporada curitibana do espetáculo Alegría foi o hoteleiro. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Curitiba (Sindotel), Marco Fatuch, diz que o circo está sendo um ícone de atração para a cidade. "Esperamos muitos hóspedes do interior do Paraná, principalmente no fim de semana, o que é bom para Curitiba, que atrai mais hóspedes de negócios, durante a semana", explica. Fatuch não tem estimativas de crescimento de ocupação, mas acredita que 20% do total de espectadores atraídos pelo circo sejam de fora da capital. Segundo ele, podem ser necessários 200 apartamentos a cada fim de semana de apresentação, número pequeno em relação ao total de 18,5 mil leitos oferecidos pelo setor hoteleiro em Curitiba, mas significativo. "Vai fazer a cadeia do turismo se aquecer, o que é muito bom."

A rede de três hotéis Bonaparte Express Curitiba tem 10% de desconto na tarifa para quem apresentar o ingresso. Com isso, o apartamento mais barato da rede sai por R$ 67,50. Até agora, foram reservados dez quartos nessa modalidade, a maioria para os espetáculos do fim de semana que vem. "Não chegamos a oferecer o transporte porque muitos vêm do interior com o carro próprio", diz a gerente Nilza Alvim.

O gerente nacional de vendas da rede de hotéis Slaviero, Rodolpho Ticianelli, diz que a vinda do Cirque du Soleil deve aumentar de 20% a 25% a ocupação dos hotéis na cidade. A rede tem uma unidade em Pinhais, o único hotel da cidade, onde espera um aumento de ocupação da ordem de 30% a 40%, principalmente nos fins de semana. "Não fizemos pacotes casados com ingresso, mas oferecemos condição especial de transfer para o evento", diz.

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A chegada do grupo canadense Cirque du Soleil a Curitiba está movimentando a economia local e trazendo oportunidades, ainda que temporárias, a vários setores ligados à apresentação. A exigência por serviços de qualidade por parte dos artistas e as diversas necessidades de turistas que comparecerão ao espetáculo têm aquecido principalmente os negócios de turismo, gastronomia, recepção e comércio. O espetáculo "Alegría" estréia hoje, no centro de convenções Expo Trade, em Pinhais, na região metropolitana.

Para dar suporte a artistas e expectadores, foi necessária a contratação de 300 pessoas como mão-de-obra temporária, como recepcionistas, atendentes, garçons e camareiros. Sede do evento, o Expo Trade responde por um terço das contratações, para estacionamento e alimentação da equipe operacional, de 180 pessoas. Já os 60 artistas têm cozinha própria.

Outra fonte de receita do Expotrade é a organização de coquetéis para empresas que tenham comprado ingressos para sessões fechadas para seus funcionários. Por enquanto são três empresas, pagando a partir de R$ 25 por pessoa.

De acordo com o diretor do espaço, Nelson Bolduan, o contrato de locação foi feito com permuta em algumas operações, o que permitiu um investimento de R$ 400 mil para a ampliação do estacionamento do local. "Criamos 350 vagas de carro para substituir a área que o circo ocupou, porque temos eventos simultâneos ocorrendo", explica. "A chegada do circo vai movimentar muito. Sabemos que há caravanas de ônibus vindo do interior."

A promotora do evento, a paulistana CIE, contratou mais um time de 180 pessoas, que receberão entre R$ 800 e R$ 1,4 mil para trabalhar até o dia 7 de outubro. "A chegada do espetáculo beneficiou toda a região metropolitana de Curitiba, e eles ficaram impressionados com a qualidade da mão-de-obra", diz Giane de Jesus, gerente da Agência do Trabalhador de Pinhais, que fez o pré-recrutamento do pessoal. Do total de vagas, cerca de 25 foram para profissionais bilíngües, que dominam português e inglês.

Uma das moças que fará o trabalho de recepcionista da área VIP (chamada "tapis rouge", ou tapete vermelho) e prefere não se identificar está animada com o dinheiro extra, já que está desempregada, mas percebe que a maioria dos funcionários bilíngües está lá pela oportunidade de vivenciar o espetáculo de perto. Uma das dificuldades da equipe teria sido encontrar um chef de cozinha bilíngüe pelo salário de R$ 1,2 mil.

Montagem

A empresa Engineering, de São Paulo, é a responsável pela infra-estrutura do circo em todo o país. O arquiteto coordenador de obras, Fabrício Porce, diz que a construção exige a compra de materiais da região, o que acaba aquecendo o comércio local. "Contratamos a Perimetral para fazer a terraplenagem, colocar a cerca e os portões, enquanto a empresa Coplatec, de São Paulo, fez a instalação de água, luz, esgoto e telefone", conta.

Um dos sócios da Perimetral, Paulo Cardoso, comenta que observar a montagem das tendas foi um aprendizado. "Cada contêiner veio numerado indicando a posição exata dos equipamentos, muito organizado", diz.

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